Detecção, frequência e caracterização molecular dos norovírus em casos de gastrenterite aguda no Estado do Rio de Janeiro, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Ferreira, Mônica Simões Rocha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/11705
Resumo: Os norovirus (NoV) são considerados vírus emergentes, sendo atualmente um dos principais agentes de surtos e casos esporádicos de gastrenterite aguda. Este estudo teve como objetivo determinar a frequência de infecções por NoV pela análise retrospectiva de casos de gastrenterite aguda ocorridos no estado do Rio de Janeiro em duas populações distintas, incluindo um grupo de crianças internadas em um hospital da rede pública de saúde e outro de crianças integrantes de uma creche, de modo a fornecer informações referentes à circulação destes vírus no Rio de Janeiro a partir da década de 90. Com este propósito a presença de NoV foi investigada em amostras fecais de 79 casos de gastrenterite aguda ocorridos em crianças internadas no Hospital Municipal Getúlio Vargas Filho, no ano de 2003, em Niterói, e em 452 amostras provenientes de casos de gastrenterite ocorridos na creche Bertha Lutz, na cidade do Rio de Janeiro, no período de 1994 a 2008. Métodos de amplificação genômica, PCR convencional e multiplex PCR em tempo real (Mrt PCR) foram utilizados para detecção e caracterização dos NoV do genogrupo (G) I e II. As amostras detectadas por ambos os métodos foram submetidas a um novo PCR para caracterização molecular pelo sequenciamento dos produtos obtidos. No primeiro estudo, os NoV foram detectados em 30,3% (24/79) dos casos internados, sendo caracterizados como: GII.4 (17), com três variantes: 2001, 2002, 2003; GII.6 (01); GII.21 (01), este último detectado pela primeira vez no Brasil. Os principais sintomas clínicos observados nas crianças, além da dirreia foram anorexia, dor abdominal, coriza, tosse e embora tenham sido detectadas diferenças nas proporções de casos positivos para o NoV em relação aos casos negativos, a análise estatística demonstrou que a frequência para o NoV não foi influenciada pelas manifestações clínicas avaliadas. Foi observado que crianças com um a dois anos de idade tem 4,2 vezes mais chances ter infecção por NoV quando comparadas com menores de um ano. E ainda foram caracterizados sete casos de infecção nosocomial por NoV GII.4. Em relação aos casos ocorridos na creche foram registrados 17 surtos sendo os NoV associados a 16 confirmando 33,8% (107/316) dos casos. Uma associação de 32,3% (44/136) também foi observada em casos esporádicos. A caracterização dos NoV detectados revelou a circulação de oito genótipos diferentes de GII, sendo GII.2; GII.3; GII.6; GII.7; GII.12; GII.14; GII.17,GII.4 e duas variantes (2001 e 2006b). As infecções por NoV ocorreram 2,29 vezes mais em crianças com quatro meses ou mais até os dois anos de idade quando comparadas ao grupo de maiores de dois até cinco anos de idade. Os casos positivos revelaram um aumento do número de infecções entre os meses de março e agosto, com um pico máximo em junho, coincidindo com o início do inverno. Com os dois estudos foi possível demonstrar a diversidade de genótipo de NoV. Nas amostras de origem hospitalar não foi caracterizado o GI, porém, esse genogrupo foi detectado nas amostras da creche, sendo GI.3 responsável por um surto ocorrido em 2000. Cinco variantes de GII.4 foram descritos. Os dados obtidos nestes estudos reforçam a importância da investigação dos NoV em casos de gastrenterite aguda, além de disponibilizar sequencias nucleotídicas para futuras análises da evolução dos diferentes genótipos de NoV circulantes na população do Estado do Rio de Janeiro, Brasil.