Os “inimigos urbanos” de um novo projeto de cidade: atualizando as representações coletivas das camadas médias do Leme “pós-pacificação”

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Péres, Clara Gomes Polycarpo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/7253
Resumo: O “problema da favela” emerge no início do século XX, com propostas e programas higienistas e de urbanização concentrados, principalmente, em áreas pobres da cidade do Rio de Janeiro. Em 2008, uma nova política de segurança militarizada é inaugurada com as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). A Zona Sul da cidade é escolhida enquanto primeira zona de implementação da política, através do seu reconhecimento enquanto área em disputa e de intensa segregação socioespacial. Com quase uma década de atuação, porém, a política pública modelo passa por processos de desmantelamento, quando é possível que se abra espaço, mais uma vez, para novos programas – e interesses. Para tanto, é importante compreender as representações coletivas sobre os programas de ação das políticas de urbanização e segurança em disputa, buscando pontos de vista discursivos ainda pouco explorados nas pesquisas urbanas: a visão das camadas médias da cidade do Rio de Janeiro sobre o processo de “pacificação”. Para a presente pesquisa, o bairro do Leme foi escolhido enquanto campo de observação, convivendo com duas favelas pacificadas em seu entorno, Chapéu Mangueira e Babilônia. A dicotomia morro versus asfalto, articulada pelo advento da segurança pública, da violência urbana, dos interesses imobiliários, da cultura do medo e dos novos valores, produz segregação, mas as relações de espaço e de identidade na contemporaneidade se constroem pelos diferentes acessos do intra-urbano. Portanto, até onde/quando/como eles estão presentes e de fato se articulam? Quem são os “inimigos urbanos” deste projeto de cidade?