Intervenção eleitoral na era cibernética: um estudo de caso da interferência Russa na eleição Estadunidense de 2016

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Machado, Linneo Augusto dos Santos Torres
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/30555
http://dx.doi.org/10.22409/PPGEST.2021.m.11636837794
Resumo: A interferência cibernética é uma nova modalidade de intervenção externa cuja criação e evolução está intimamente ligada ao surgimento e ao crescimento da rede mundial de computadores. Além da internet, o advento das mídias sociais e a sua utilização como principal local para a discussão político-eleitoral nos últimos anos também foi determinante para que esse tipo de interferência fosse possível. Assim, por ser a principal ocorrência desse novo gênero de interferência eleitoral externa, esta dissertação visa entender como os russos agiram durante a eleição presidencial estadunidense de 2016, os métodos por eles utilizados e as principais consequências dessa ação que reuniu ataques cibernéticos às infraestruturas eleitorais e partidárias, e o controle do discurso político-eleitoral nas mídias sociais através de criadores e impulsionadores de conteúdo – nem sempre verdadeiro –, além de bots e trolls. As considerações finais apontam uma tática dividida em dois grupos principais: o responsável pelos ataques cibernéticos e aquele que comandava as mídias sociais. Ademais, esses métodos foram complementares, uma vez que os sucessos de um dos grupos tornavam o trabalho do outro mais eficaz. Em relação ao quanto a ação desses grupos afetou o resultado, é possível concluir que apesar da campanha pró-Trump não ter demonstrado um resultado significativo que possa ser atribuído aos russos, a campanha de difamação contra a candidata democrata, Hillary Clinton, apresenta um resultado importante, uma vez que foi possível fazer com que sua rejeição alcançasse o patamar de seu oponente durante o período eleitoral, algo pouco provável no início da campanha, dada as declarações de Trump. Por fim, as tentativas russas de aumentar a polarização através da disseminação de informações contraditórias ou falsas sobre os assuntos mais controversos no país, e de diminuir a confiança do público na capacidade do país de realizar eleições limpas e seguras também foi bem-sucedida. Isso fica claro no aumento da distância entre os espectros políticos desde 2014, no crescimento dos partidos menores e das abstenções em 2018 e na falta de confiança generalizada do público estadunidense nos resultados das duas últimas eleições.