Artes de fazer educação das relações étnico-raciais nas aulas de Geografia: uma pesquisa no contexto dos saberes profissionais dos professores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Mariana Mizael Pinheiro da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/15799
Resumo: As questões trazidas pela Lei 10.639/2003 e pelo Parecer CNE nº 3/2004 provocam tensões no universo escolar quando normatizam a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira (e africana) nos currículos da Educação Básica. Diante disso, esta dissertação tem como objetivo refletir sobre as táticas (CERTEAU, 2009) que os professores de Geografia modulam em suas práticas em relação às questões étnico-raciais, a partir dos seus saberes experienciais. As reflexões trazidas neste trabalho têm como objeto de estudo as práticas e os saberes profissionais dos professores, com intenção de compreender como estes sujeitos percebem e (re)significam a sua realidade através da docência. O processo de construção deste trabalho, seguindo a orientação metodológica de Minayo (1994), se apresenta em três momentos: i) Fase exploratória; ii) Trabalho de campo e iii) Tratamento dos materiais. Na fase exploratória o tempo foi dedicado a produção de uma revisão bibliográfica pertinente ao entendimento do objeto de estudo e a sua posterior análise desenvolvida nas fases seguintes. Por meio do capítulo teórico, por um lado, realizamos uma leitura crítica da racionalidade hegemônica eurocêntrica por entendermos que esta ainda persiste nas escolas e na formação inicial de Geografia, e que é central para pensar o tema das relações étnico-raciais na Educação. Por outro, tendo como foco de análise os saberes profissionais dos professores, exploramos alguns referenciais da epistemologia escolar e da prática para refletir acerca das possíveis negociações e disputas no cotidiano escolar no que se refere ao reconhecimento da demanda de uma educação antirracista. O segundo momento da pesquisa se destinou ao trabalho de campo. Na delimitação do campo de investigação foi decidido que os sujeitos desta pesquisa seriam os professores supervisores de Geografia do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, da Universidade Federal Fluminense. Esta escolha se justifica em função de compreendermos que eles representam um elo de diálogo entre diferentes saberes que constituem o conhecimento profissional, promovido pela interface entre a escola e a universidade, propiciado pelo Programa. Orientados pela metodologia de análise de conteúdo, foram construídas categorias temáticas que nos possibilitaram explicitar os resultados alcançados. Nesse sentido, constatou-se que, de maneira geral, mesmo diante de uma Geografia escolar calcada fortemente em referenciais coloniais, há nos saberes e práticas docentes a presença de alguns sinalizadores que apontam para avanços cotidianos na direção da reinvenção interna da cultura escolar