Avaliação da transmissão de Toxoplasma gondii por inseminação artificial de ovelhas com sêmen criopreservado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Consalter, Angélica
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/26219
Resumo: O objetivo deste estudo foi avaliar a possibilidade de transmissão de T. gondii em ovelhas submetidas à inseminação artificial com sêmen infectado experimentalmente e congelado por meio de métodos de diagnóstico sorológicos, imunohistoquímicos e moleculares. Como doador de sêmen foi utilizado um carneiro soronegativo para T. gondii, parte do sêmen coletado foi infectado com taquizoítos da cepa RH de T. gondii, outra parte foi destinada ao grupo controle. As palhetas de sêmen foram submetidas à criopreservação e posterior avaliação pela PCR e pelo bioensaio. Cinco ovelhas soronegativas foram inseminadas com sêmen infectado com 4x107 taquizoítos (G1), quatro fêmeas soronegativas (G2) e seis soropositivas (G3) foram inseminadas com sêmen livre de taquizoítos. Os embriões foram coletados cinco dias após a IA das fêmeas para realização da PCR. Amostras de soro e sangue de todas as ovelhas foram coletadas nos dias -14, -7, e 0 antes da IA e nos dias 7, 14, e semanalmente até 53 dias após a IA e foram submetidas a sorologia e PCR respectivamente. Após dois meses da IA foi realizada a necropsia das ovelhas para coleta de tecidos para avaliação anatomo-histopatológica e imunohistoquímica (IHC). O parasito foi isolado no sêmen infectado e todos os camundongos inoculados com sêmen infectado vieram a óbito. Seguidos sete dias da IA, todas as fêmeas do grupo 1 apresentaram anticorpos para T.gondii. O DNA de T. gondii foi isolado do sangue de uma fêmea após 35 dias da IA com sêmen infectado (G1). A PCR dos embriões identificou cinco amostras positivas de embriões e oócitos. Estes embriões são provenientes de uma ovelha infectada experimentalmente (G1) e de duas ovelhas naturalmente infectadas (G3). No exame macroscópico de uma ovelha inseminada com sêmen infectado (G1) observou-se áreas avermelhadas e vascularização evidente nos sulcos cerebrais e cerebelares. As principais lesões microscópicas observadas nos tecidos (exceto o cerebral) das ovelhas do G1 e G3 foram infiltrado inflamatório linfocítico ou linfoplasmocitário, de intensidade leve a acentuada e distribuição focal a difusa e congestão leve a acentuada. No tecido cerebral foi observada congestão de intensidade leve a acentuada e gliose. Na IHC, foram observadas marcações positivas nos tecidos de 5/5 ovelhas do G1 e 6/6 ovelhas do G3. Com o presente estudo, podemos concluir que ocorreu a transmissão da toxoplasmose em ovinos via IA com sêmen experimentalmente infectado e que o processo de criopreservação do sêmen não inibiu a capacidade infectante dos taquizoítos de T. gondii.