Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Messias, Yhasmim Jotha |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/25886
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Resumo: |
Introdução: A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um ambiente destinado a assistir pacientes graves e instáveis necessitando de atenção contínua de uma equipe especializada multiprofissional, assim como uma proposta curativa ou em cuidados paliativos. Considerando a condição sistêmica, o paciente pode apresentar e desenvolver manifestações orais e nosocomiais graves decorrentes da doença de base. Da mesma forma, alterações e infecções orais podem influenciar de forma sistêmica, afetando o estado de saúde. Assim, elaboramos a hipótese de que as alterações orais são frequentes nos indivíduos internados na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Universitário Antônio Pedro. Objetivo geral: verificar a frequência das alterações orais nos indivíduos internados na Unidade de Terapia Intensiva. Material e Métodos: a amostra foi constituída por participantes internados na UTI. Foram coletadas informações do prontuário médico e realizado o exame oral e citopatológico. Todas as alterações orais foram devidamente documentadas e descritas em ficha clínica elaborada para pesquisa, e seu diagnóstico clínico realizado de acordo com os critérios descritos na literatura. Resultados: Foram 55 pacientes avaliados, 31 (56.4%) do sexo feminino e 24 (43.6%) do sexo masculino. Foram auto declarados como pardos 26 (47.3%), 22 (40%) brancos e sete (12.7%) pretos. A idade de 23 a 92 anos, com a média de 63 anos. O principal motivo da internação na UTI se revelou sendo neoplasias malignas (n=16; 29%), alterações cardiovasculares tiveram expressividade (n=8; 14,5%), seguido de insuficiência espiratória (n=5; 9,2%), equiparando-se com os casos de doença renal crônica (n=5; 9,2%), por motivo de sepse (n=12; 21,8%) e por motivos de pós operatório (n=9; 16,3%). As comorbidade mais frequente era a hipertensão arterial sistêmica (HAS) (n=19; 52,7%), insuficiência respiratória (IR) (n= 15; 41,6%); neoplasias (n= 14; 38,8%) e diabetes (n=12; 33,3%). Após exame físico oral, 23 (41,8%) apresentaram a mucosa oral com aspecto clínico de normalidade, e em dois (3,6%) foram observadas placa brancas por toda extensão da mucosa oral. Foram identificadas lesões/alterações orais em 32 (58.2%) pacientes dos 55 examinados. A lesão oral mais frequente foi candidíase, observada em 26 (47.3%) pacientes, seguida por infecção por herpes (HSV) em seis (10.9%) pacientes, úlceração traumática em um (1.8%) e ressecamento labial também em um (1.8%) paciente. Em dois pacientes identificou-se tanto lesão por candidíase como por infecção pelo HSV, concomitantemente. Entre os 26 casos sugestivos de candidíase, em 20 pacientes a lesão foi observada apenas na língua, em dois pacientes observou se na língua e no palato, em outros dois observou-se em toda mucosa oral. Em apenas um paciente foi observada na língua e gengiva vestibular (região anterior/superior) e em outro foi identificada em lábio inferior, concomitante à infecção pelo HSV. O aspecto clínico predominante das lesões sugestivas de candidíase foi de placa branca destacável. Em apenas um paciente foi observado o aspecto atrófico na língua, e em outro observou-se aspecto de petéquias no palato. Entre as seis lesões de HSV, três foram observadas no lábio inferior, uma no palato, uma na mucosa labial e uma na língua. Quanto à apresentação clínica, duas lesões em lábio foram descritas como ulcerações e uma como crosta. Tanto a lesão observada no palato como a observada na língua foram descritas como ulcerações. Apenas a lesão da mucosa labial inferior foi descrita como vesículas. Tanto a lesão identificada como úlcera traumática como o ressecamento labial, foram observados no lábio inferior. A avaliação citopatológica da mucosa oral identificou 27 com o diagnóstico de candidíase (49.1%) e 28 (50.9%) esfregaços com inflamação inespecífica. Na avaliação citopatológica da mucosa oral dos 32 pacientes com lesão ao exame físico, observou-se 18 (18/32- 56.2%) pacientes com diagnóstico de candidíase. Na avaliação citopatológica da mucosa oral dos 23 pacientes que não apresentaram nenhuma lesão e/ou alteração ao exame físico, identificou-se nove (9/23 - 39.1%) com diagnóstico de candidíase. A citopatologia confirmou a presença de candidíase em 17 (65,4%) dos 26 pacientes com diagnóstico clínico de candidíase. Apenas três (50%) casos de infecção pelo HSV teve o diagnóstico clínico confirmado pela citopatologia. A avaliação citopatológica da lesão identificada como úlceração traumática, obteve-se o diagnóstico de processo inflamatório inespecífico com candidíase. Quanto ao ressecamento labial, as alterações citopatológicas foram compatíveis com o diagnóstico clínico. A citopatologia revelou na amostra de 55 pacientes o total 31 (56,4%) casos com o diagnóstico de candidíase (incluindo mucosa oral com lesões sugestivas e com aspecto clínico de normalidade) e três (5.5%) de infecção pelo HSV. Assim, obteve-se um total de 34 (61.8%) de pacientes com lesão oral. Conclusão: O perfil demográfico dos indivíduos internados na UTI do HUAP se caracteriza por predominância do sexo feminino, com média de idade de 63 anos. A frequência das lesões aumenta quando o exame citopatológico (61.8%) é complementar ao exame clínico (58.2%). A realização do exame citopatológico se faz necessário para confirmação diagnóstica, uma vez que houveram discrepâncias significativas entre a avaliação clínica e a citopatológica. Além da confirmação diagnóstica, a citopatologia revela o diagnóstico de lesões ainda em fase subclínica |