Associação entre escores de saúde bucal e saúde sistêmica em pacientes de unidade de terapia intensiva pediátrica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Carvalho, Aristéa Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25149/tde-14082024-145643/
Resumo: O Nursing Activities Score (NAS) é um escore que foi criado abrangendo critérios que mensuram o tempo de trabalho da enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com cada paciente, de acordo com seu nível de necessidade, que é maior conforme sua gravidade, visando mensurar a quantidade ideal de profissionais da categoria necessários para que haja qualidade da assistência, sem alto custo por superdimensionamento. No contexto de saúde bucal foi criado também por enfermeiros o Bedside Oral Exam (BOE), um instrumento com o objetivo de guiar a necessidade de cuidado bucal que um paciente requer. Ambos escores podem e são aplicados em ambiente de terapia intensiva pediátrica, porém nunca foram correlacionados antes nessa população. Esse estudo tem como objetivo analisar a correlação entre gravidade de condição bucal e condição sistêmica de pacientes internados em UTI pediátrica. Para isso, foi realizado um estudo observacional longitudinal, do tipo coorte prospectivo, na UTI pediátrica do Hospital Estadual de Bauru, onde foi realizada uma amostra de conveniência em 8 meses de pacientes de 3 a 18 anos, com coleta de dados referentes aos escores de saúde bucal através de avaliação odontológica à beira-leito com preenchimento de dados do escore BOE pelo dentista e sistêmica através do NAS preenchido diariamente pela enfermagem, bem como uso de aparelho ortodôntico ou chupeta, diagnóstico clínico da internação (CID principal), idade, dosagem sanguínea de uréia, neutrófilos em contagem, neutrófilos em porcentagem e plaquetas através de prontuário eletrônico, cada paciente foi avaliado pelo menos 1 vez e no máximo 2 vezes, sendo a primeira nas primeiras 48 horas de internação na UTI pediátrica e a segunda avaliação de 48 a 72 horas após a primeira avaliação. Setenta e seis pacientes foram elegíveis para o estudo, 7 desses foram excluídos por gravidade com risco iminente de morte, totalizando 69 participantes na pesquisa (35 meninos e 34 meninas, com média de 8,26 anos), 22 desses avaliados 2 vezes. Como resultados, há correlação entre BOE e NAS (p< 0,001), o BOE é explicado em 26,7% pela idade e pelos neutrófilos em porcentagem, um aumento em um desses fatores significa um aumento no BOE, já o NAS é explicado em 8,26% pelo BOE, e além disso há correlação também entre BOE e idade (p=0,005), quanto mais o BOE aumentar mais o NAS aumentará, e vice-versa, ao comparar o BOE na primeira e segunda avaliações foi encontrado resultado estatisticamente significativo (p=0,021), com valores de BOE maiores na primeira avaliação. Em nosso estudo, observamos que cuidados de saúde bucal das equipes de odontologia e enfermagem em UTI pediátrica contribuem com melhora de condições bucais inadequadas anteriores à internação, a saúde bucal tem implicação direta na gravidade do paciente e no tempo de trabalho da enfermagem e vice-versa. Mais estudos sobre a condição bucal de pacientes internados em UTI pediátrica são necessários, para que haja uma discussão mais ampla na literatura e maior possibilidade de comparação e/ou consolidação dos resultados.