Consequência da introdução precoce de alimentos na dieta de camundongos lactentes: momento da exposição vs dose do alérgeno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Faccini, Claudia Regina Josetti das Neves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28984
Resumo: INTRODUÇÃO: Os relatos sobre a alergia alimentar são seculares, no entanto, a compreensão de sua patogênese ainda não foi completamente elucidada. Reações imunomediadas para antígenos alimentares podem ser mediadas por IgE, IgG, células T ou uma combinação destas. O modelo animal desenvolvido por nosso grupo permite o estudo tanto da tolerância oral (reação fisiológica) quanto da alergia alimentar a qual com frequência, cursa com inflamação intestinal crônica antígeno-específica. OBJETIVO: Determinar as consequências da temporalidade (introdução precoce ou tardia) e da dose (alta ou baixa) de alimentos na dieta de camundongos lactentes MATERIAL E MÉTODOS: obtenção de filhotes: cada 3 ou 4 fêmeas Balb/c foram acasaladas com 1 macho da mesma linhagem. Ao nascer, a prole foi designada a um dos 8 grupos previstos. Fase 1 – tratamento oral: os grupos 1 e 2 receberam para beber 10g de extrato bruto de amendoim e os grupos 3 e 4 receberam para beber 100g do extrato. Os grupos ímpares receberam extrato bruto de amendoim no 2º dia de vida e salina no 21º dia enquanto os grupos pares receberam salina no 2º dia de vida e extrato bruto de amendoim no 21º dia. Outros 4 grupos receberam salina por via oral nos mesmos momentos dos grupos experimentais. A partir do desmame, todos os grupos receberam ração comercial. Entre o 50º e 55º dia, a ração do grupo 8 foi substituída por amendoim ad libitum. Fase 2 – sensibilização (via subcutânea) – Os grupos 1,2, 3, 4, 7 e 8 receberam 100 µg de extrato bruto de amendoim, o grupo 5 recebeu apenas salina e o grupo 6 recebeu 10µg de extrato bruto de amendoim, sendo a inoculação primária (60º dia) com adjuvante (1mg de hidróxido de alumínio) e a secundária (81º dia) sem. Fase 3 - desafio oral – entre o 90º e 150º dia, todos os animais receberam uma dieta composta por amendoim ad libitum. Avaliamos: peso corporal, consumo alimentar, presença ou ausência de sinais de anafilaxia, títulos de IgG e IgE antiamendoim e parâmetros histomorfométricos das vilosidades intestinais: (área, altura e largura das vilosidades; relações: altura/largura, epitélio/lamina própria, leucócitos mononucleares intraepiteliais/enterócitos, enterócitos/células caliciformes). Os testes estatísticos consideraram o N mínimo de 5 animais/grupo. Para as análises estatísticas utilizamos o Teste T de Student, a Análise de Variância ANOVA One-Way e pós-teste de Tukey ou Bonferroni. RESULTADOS: nossos resultados demonstram que os animais que receberam alimento heterólogo na fase neonatal (2º dia de vida) independente de baixa ou alta dose (10 ou 100ug respectivamente) desenvolveram alergia alimentar ao amendoim avaliados pelos elevados títulos de anticorpo sérico, perda de peso corporal durante a dieta desafio e as alterações histomorfométricas, indicativas de inflamação da mucosa, resultantes da dieta desafio. A introdução do alérgeno alimentar no desmame tanto 10ug quanto 100ug não induziu tolerância oral, portanto não protegeu da alergia alimentar. CONCLUSÃO: a introdução precoce de alimento heterólogo deve ser evitado como estratégia de prevenção de alergias alimentares.