Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Pontes, Kátia Vinhático |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/13362
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Resumo: |
O objeto desta pesquisa é o processo de escoamento da produção de cacau a partir do binômio porto-ferrovia, pois é a partir dele que se pode identificar de modo mais consistente o processo de desenvolvimento econômico regional em suas contradições, permanências e transformações, evidenciando potencialidades e entraves. Discutir este binômio implicou na investigação do conceito de região, do transporte e escoamento de mercadorias, com ênfase no cacau, produto que representava e justificava investimentos capazes de dinamizar a economia e os interesses de uma sociedade emergente no sul da Bahia. E teve como escopo analisar os modelos de desenvolvimento a partir do binômio Porto de Ilhéus-Estrada de Ferro Ilhéus-Conquista entre 1920 e 1947 no sul da Bahia. Este período está delimitado pela formação do binômio na década de 1920, quando o Porto de Ilhéus se transforma de porto natural em um porto capitalista e se estende até a deflagração do processo de encampação da Estrada de Ferro Ilhéus a Conquista, quando ele se desfaz, evidenciando a ascensão do modelo econômico do nacional desenvolvimento ao modelo liberal. A redação da tese se desenvolve em três capítulos, o primeiro dedicado ao delineamento da historicidade das estratégias de escoamento da produção da região e especificamente do cacau; os sujeitos e suas relações com a lavoura cacaueira tendo como ângulo principal de análise as relações estabelecidas entre o comércio, comerciantes, em diversos níveis do mercado e os produtores; bem como da trajetória do Porto de Ilhéus e conflitos com o porto de Salvador e por último a construção da Estrada de Ferro Ilhéus a Conquista. O capítulo segundo analisa a trajetória do porto de Ilhéus imbricada à da EFIC. O porto natural localizado no interior da pequena Baía do Pontal e criado para atender às necessidades coloniais foi transformado na década de 1920 em um porto capitalista. O terceiro capítulo investiga a trajetória da EFIC que foi construída na zona cacaueira antes das estradas através de concessão feita a Bento Berillo de Oliveira em 1904 e adquirida pela Empresa inglesa The State of Bahia South Western Railway Limited Company, em 1909. Neste capítulo ocupa lugar especial a organização do Instituto de Cacau da Bahia em oposição ao Porto de Ilhéus enquanto tentativa de monopolizar a exportação do cacau pelo Porto de Salvador e como vetor da opção rodoviária, que no sul da Bahia entrou em choque com os interesses dos ingleses combalidos financeiramente na exploração da EFIC. Este capítulo ainda comporta uma reflexão sobre o desenvolvimento da região através da literatura que refletia a implantação de vias de transportes na região cacaueira, especialmente na obra do escritor Jorge Amado. A análise se beneficia dos referenciais teóricos marxistas; das reflexões teóricas dos conceitos de região e desenvolvimento em uma perspectiva interdisciplinar da geografia, economia e história; das reflexões teóricas sobre os desequilíbrios regionais no Brasil, bem como da vasta literatura sobre portos e ferrovias. As fontes que consubstanciam esta tese incluem principalmente fontes literárias, oficiais, legislativas, relatórios estatísticos, periódicos e memórias localizadas em diversos arquivos do Rio de Janeiro, Salvador, Itabuna, Ilhéus e acervos virtuais. Concluo evidenciando a importância de analisar o binômio porto-ferrovia como dinamizador e delineador do desenvolvimento econômico na região cacaueira no Sul da Bahia |