Sujeito e espaço: o funcionamento das denominações sobre o espaço urbano no discurso jornalístico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Diane Mageste dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/9990
Resumo: Esta pesquisa propõe a compreensão discursiva do espaço urbano, na medida em que ele pode ser simbolizado por diferentes denominações, como por exemplo, bairro ou comunidade. Essas denominações explicitam o caráter político e histórico dos mecanismos que regulam a vida social dos sujeitos. A fim de pensar tal regulação, tomamos por base teórica e analítica a visão materialista da análise do discurso francesa, calcada na filosofia de Michel Pêcheux. A relação entre espaço e sujeitos é determinante para a forma de vida atual em que significam e são significados sujeitos-moradores de bairros ricos ou pobres. Essas são significações determinadas de forma política, que geram segregação social e diferenciação no modo como o poder público atende a esses espaços. Diante desse cenário, recortamos alguns fragmentos que se relacionam à linguagem e à situação, os recortes foram recolhidos de reportagens do espaço digital, que seguem disponíveis para consulta online, embora tenham circulado antes na televisão entre os anos 2013 e 2016. Em prol de questionar evidências, desnaturalizar pré-construídos e desautomatizar formas de pensar postas como únicas, dividimos as análises em dois momentos: no primeiro refletimos sobre as denominações em dois eixos temáticos: a)bairro-comunidade; b)comunidade-favela-comunidade. No segundo momento, pensamos o sujeito em sua relação com o espaço também em dois eixos temáticos: a) sujeito-sofrimento b) sujeito-violência. Esses eixos temáticos permitem observar o processo discursivo entre as denominações bairro e comunidade que funcionam por sinonímia, por substituição, até a cristalização do “todo mundo sabe” o que é um bairro, ou quais bairros se tornam comunidade. Em alguns recortes, os sentidos para comunidade retomam já-ditos sobre favela, ou seja, esses dizeres funcionam no interdiscurso. Já em outros casos, comunidade traz sentidos de sociedade e comunitarismo e não de espaço, tais recortes possibilitam pensar a natureza político-ideológica funcionando na contradição, como os objetos paradoxais que são, pois, o lugar da falha por excelência. Da mesma forma que sujeitos e sentidos se constituem ao mesmo tempo, não há forma de pensar a cidade e suas divisões sem pensar o sujeito. Em nosso material, o sofrimento dos moradores consiste na falta de passagem adequada, já que há muita poeira e lama. Apesar de ser o sofrimento que carece de atenção, a repercussão dada a essas áreas relaciona-se à produção de violência, e não ao sofrimento dela, ao passo que a repetição dessas notícias de maneira naturalizada em algumas regiões da cidade produz sentidos de homogeneização, e de banalização da violência. Todavia, os sujeitos identificam-se a uma posição-sujeito no interior do espaço simbólico, sendo, portanto, um corpo sócio-histórico de sentidos em constante ressignificação