Potencial biotecnológico de produtos naturais e sintéticos na neutralização de atividades tóxicas dos venenos das serpentes Bothrops jararaca e Bothrops jararacussu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Aldo Rodrigues da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28863
Resumo: Desde a antiguidade o homem sofre com envenenamentos causados por animais peçonhentos, os quais são um grave problema de saúde pública devida sua ocorrência, gravidade e sequelas. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde são notificados por ano 420 mil acidentes com serpentes peçonhentas, dentre os quais 20 mil resultam em óbito. Porém, devido à subnotificação, estima-se que mais de 2,5 milhões de acidentes e 100 mil mortes ocorram todos os anos. Os locais de maior incidência desses acidentes são regiões tropicais e subtropicais, países em desenvolvimento, áreas rurais e regiões pobres. No Brasil, o gênero Bothrops é responsável por 74% dos acidentes ofídicos, e tais acidentes são caracterizados por efeitos sistêmicos (hemorragia, distúrbios de coagulação, insuficiência renal e cardíaca) e locais (dor, edema, sangramento, dermonecrose e mionecrose). O tratamento preconizado pelo Ministério da Saúde é a administração endovenosa de soro antiofídico (soroterapia). Apesar de a soroterapia reverter com eficácia os efeitos sistêmicos do veneno no organismo da vítima, conseguindo evitar por muitas vezes o óbito, ela apresenta algumas desvantagens, como: efeitos colaterais e a ineficiência no combate aos efeitos locais do veneno, com isso, não impede o desenvolvimento de sequelas no membro atingindo. Nesse contexto, são necessárias terapias mais específicas e eficientes. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar as propriedades antiofídicas de extratos aquosos de folha, caule e fruto, moléculas isoladas e extratos do fruto coletados em diferentes meses do ano da planta Clusia fluminensis (designados de bioprodutos - capítulo I) e de compostos triazólicos derivados de síntese orgânica (capítulo II) contra alguns efeitos tóxicos do veneno das serpentes Bothrops jararaca e B. jararacussu. Os extratos, as moléculas ou compostos triazólicos foram incubados durante 30 minutos a 25°C (protocolo de incubação) com cada um dos venenos, e em seguida as atividades in vitro (coagulação, proteolítica e hemolítica) e in vivo (hemorrágica, edema, letal e miotoxidade) foram realizadas. Além disso, o veneno de B. jararaca ou B. jararacussu foi injetado nos animais, e em seguida os bioprodutos foram dados por via oral, intravenosa ou tópica, e as atividades hemorrágica e letal foram realizadas, sendo este procedimento chamado de protocolo de tratamento. Os resultados mostraram que os bioprodutos e compostos triazólicos inibiram as atividades dos venenos de B. jararaca e B. jararacussu, mas com diferentes potências, nos protocolos de incubação e tratamento. Estes resultados sugerem que os extratos, as moléculas da C. fluminensis e compostos triazólicos podem ser eficazes contra os principais efeitos tóxicos dos venenos de B. jararaca e B. jararacussu, proporcionando assim uma ferramenta promissora para o tratamento dos acidentes provocados por tais serpentes.