“Um corpo voltou a mover-se no interior do meu”: estratégias performáticas na autoficção de Al Berto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Amaral, Rodolpho Pereira do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/22534
Resumo: Partindo da proposição de que o corpo em Al Berto é tanto um suporte como um objeto estético, o que se revela no evidente gesto autobiográfico e no incontestável pendor narcisista da sua produção literária, esta dissertação pretende pensar a obra desse poeta destacando atos performáticos elaborados em diferentes domínios artísticos. Realizaremos um percurso analítico acerca de algumas performances realizadas, desde 1985, pelo poeta, e os desdobramentos que suas aparições públicas produziram em sua poesia, nomeadamente a gestão da imagem, a composição corpórea, a modulação da voz ou, noutras palavras, a pose e a máscara. Para tanto, fizemos um recorte temporal a fim de alocar a performance, uma arte de fronteira, no contexto do projeto estético de Al Berto. A seguir, tomamos de empréstimo de distintas áreas do saber assertivas a respeito da voz, da escuta e do corpo, elementos essenciais para a arte da performance. Levamos também em consideração a acepção do termo performance relacionada à performatividade de gênero, que serve de respaldo para pensar os personagens al bertianos que compõem um dissidente universo diegético e permitem, entre outras abordagens, tratar de gênero e sexualidade. Diante disso, a inserção de fotografias torna-se um mecanismo auxiliar para pensar a construção da imagem e o caráter performático de Al Berto. Apontando a imiscuição entre palavra escrita e fotografia, nossa leitura sublinha a extrema coerência da estética de Al Berto no que concerne ao corpo, elemento constante nos seus livros. É também por meio dessa evidência que incutimos na nossa análise apontamentos sobre a ficcionalização de si, estratégia apontada reiteradamente pela crítica acerca da obra de Al Berto. Assim, recorremos a estudos sobre autoficção/autobiografia, mostrando também a instabilidade e a disputa teórica que os termos suscitam. À luz desses conceitos, discutimos outras estratégias performáticas na poética de Al Berto, que buscou reforçar sua capacidade expressiva a fim de dizer eu nos mais variados formatos, produzindo uma escrita híbrida e plurissubjetiva, sempre fiel ao seu corpo e à transparência de seus gestos