Pesquisa do potencial de defesa do modelo experimental invertebrado Galleria mellonella contra o patógeno fúngico Sporothrix brasiliensis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Reis, Nathália Faria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/31886
Resumo: A esporotricose é uma micose subcutânea negligenciada, causada por espécies patogênicas do gênero Sporothrix. É considerada uma afecção hiperendêmica no estado do Rio de Janeiro, no qual a transmissão zoonótica através dos felinos domésticos vem crescendo exponencialmente. Diante desse cenário, a investigação da interação patógeno-hospedeiro é valiosa. Para tal, modelos invertebrados mostraram-se alternativa adequada para avaliar a virulência de fungos patogênicos, uma vez que o sistema imune dos insetos apresenta estreita semelhança à resposta imune inata dos mamíferos. O objetivo deste projeto foi investigar aspectos fenotípicos e moleculares envolvidos na resposta imune inata do hospedeiro invertebrado Galleria mellonella frente à infecção pelo Sporothrix brasiliensis. Para tanto, foram realizadas curvas de sobrevivência após infecção fúngica e avaliados diariamente parâmetros fenotípicos como a densidade das células de defesa do hospedeiro invertebrado (hemócitos) e a evolução da carga fúngica através da contagem das Unidades Formadoras de Colônias (UFC). Além disso, foi efetuada a análise da expressão de genes que codificam peptídeos antimicrobianos com potencial antifúngico (Galleriomicina, Galiomicina) e genes gerenciadores de estresse (C7 Contig 15362 e C8 Contig 1910). Foram utilizadas larvas de G. mellonella, inoculadas com 1x107 leveduras/larva em incubação a 37oC durante dez dias. Nos dias um (D1), cinco (D5) e oito (D8) foi realizada a extração de RNA das larvas, com posterior conversão para DNA complementar e quantificação por Reação em cadeia da polimerase via transcriptase reversa quantitativa (RT- qPCR). Para fins estatísticos foram considerados significantes valores de p<0,05. Como resultado, foi observado que a carga fúngica do patógeno e a densidade dos hemócitos são proporcionalmente crescentes, especialmente a partir do quinto dia de infecção quando também começam as alterações morfológicas deletérias das larvas e a mortalidade (p < 0,001; Kaplan-Meier). Quanto aos dados moleculares, os genes Galleriomicina, C7 Contig 15362 e C8 Contig 19101 foram regulados positivamente (p<0,05) em momentos distintos do processo de infecção (p<0,05), demonstrando um perfil tempo-dependente e alternadamente modulado em resposta aos eventos deletérios ocasionados pelo Sporothrix brasiliensis. Contrariamente, o gene Galiomicina não mostrou diferença significativa entre os grupos experimentais. Este trabalho é inédito ao avaliar a expressão gênica relacionada à defesa do inseto Galleria mellonella em reposta à infecção por um fungo dimórfico. Tendo em face à importante analogia entre a resposta inata da G. mellonella frente à infecção fúngica e às dificuldades terapêuticas inerentes à esporotricose felina, pretende-se contribuir com o futuro levantamento de potenciais vias alternativas relacionadas ao tratamento e consequentemente, o controle da infecção pelo patógeno fúngico.