A gestão dos processos de desinstitucionalização e a implantação da rede de atenção psicossocial em um município da região metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Lima, Alice Medeiros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6369
Resumo: Este trabalho se refere a uma pesquisa de mestrado cujo objeto era a gestão dos processos de desinstitucionalização a partir do fechamento de um macro hospital psiquiátrico e sua influência na implantação da Rede de Atenção Psicossocial no munícipio de Rio Bonito na Região Metropolitana II do estado do Rio de Janeiro. Objetivo: analisar os processos de desinstitucionalização a partir do fechamento do Hospital Colônia de Rio Bonito (HCRB). Metodologia: estudo qualitativo. Participaram da pesquisa cinco gestores envolvidos na gestão pública nos âmbitos municipal e estadual. A coleta de dados se deu por meio de pesquisa documental e por narrativas de atores do processo de desinstitucionalização ocorrido no município. Resultados: a pesquisa documental possibilitou o conhecimento de informações sobre os usuários após sua saída do hospital, como o número de altas por ano, a motivação da alta e a distribuição de pacientes por município de origem. As narrativas foram gravadas e transcritas e apresentadas em cenas que representaram o processo de desinstitucionalização, objeto desse estudo. Os resultados foram trabalhados a partir do encontro dessas cenas com o que traz a legislação do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre regionalização e rede de atenção psicossocial. Discussão: em conformidade com os achados da investigação, é possível trabalhar na perspectiva da alta em um cenário pouco animador e desacreditado por profissionais, gestores e até mesmo pelos pacientes. Os principais impasses identificados foram: falta de rede nos municípios; muitos profissionais sem experiência e com pouca ou nenhuma formação no campo da Saúde Mental; resistência diante do fato de pacientes graves viverem fora do hospício; lentidão nos processos burocráticos de gestão; falta de documentação dos pacientes; falta de renda; suporte familiar precário; alta rotatividade de profissionais. Conclusão: O processo de desinstitucionalização apresentou grande potencial em relação à construção da RAPS. Os municípios que tinham pacientes na instituição precisaram organizar e montar suas redes. Muitos pacientes foram encaminhados para residências terapêuticas; alguns municípios só implementaram esses dispositivos a partir da desinstitucionalização do Hospital Colônia de Rio Bonito. Alguns pacientes ainda precisaram ser transinstitucionalizados, e outros retomaram para o cuidado de seus familiares. Podemos afirmar que a RAPS se fortaleceu a partir desse processo, mas a luta por sua manutenção e aprimoramento, é diária. Esse estudo traz como produto um vídeo com narrativas sobre o processo de desinstitucionalização, promovendo reflexão sobre ele