Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Rodrigues, Verônica de Oliveira Louro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/4002
|
Resumo: |
A presente investigação orientou-se pela seguinte pergunta de pesquisa: O que os alu-nos surdos do EM do INES, sujeitos entre-línguas, dizem sobre a sua (des)identificação e re-lação com a Libras e Língua Portuguesa?Para respondê-la, a discussão foi conduzida pelas concepções sobre Políticas Linguísticas de Severo (2013), Cooper (1997) e, principalmente, Calvet (2007); Glotopolítica de Guespin e Marcellesi (1986) e Arnoux (2016, 2011, 2010, 2008, 2000 e 1999); Minorias Linguísticas de Krefeld (2009), Cavalcanti (1999) e, especial-mente, Lagares (2011) e Orlandi (2014); Direitos Linguísticos de Loubier (2012), Hamel (2003) e Morello (2012). Para análise do corpus, mobilizamos, à luz da Análise do Discurso de tradição francesa: as considerações de Pêcheux (2015, 2014a, 2010 e 2007), Orlandi (2014, 2013, 2012, 2009, 2007, 2004, 1996), Payer (2013) e Zoppi-Fontana (1997); as reflexões sobre identidade e aprendizagem de línguas de Orlandi (1998), Revuz (1998) e Serrani-Infanti (1998); além da noção de corporeidade de Vianna (2014).Com base nesses autores, pretende-mos analisar o funcionamento do discurso dos alunos surdos sobre a (des)identificação com as línguas – Libras e Português – a partir das práticas escolares na relação com os documentos que instituem políticas linguísticas no ensino básico. Desse modo, objetivamos entrecruzar os dizeres dos alunos com os documentos que regem as políticas linguísticas do sistema pedagó-gico do INES: tanto de alçada federal – lei 10.436/02 e decreto 5.626/05 – quanto produzidos pela própria instituição – o Plano Político Pedagógico (PPP/INES, 2011) e o Plano de Desen-volvimento Institucional (PDI/INES, 2012).A metodologia se constrói por meio de um corpus experimental – entrevistas em Libras com alunos surdos –, sob os preceitos de Daher (1998); Rocha, Daher, Sant’anna (2004) e Manzini (2012). Disponibilizamos as entrevistas em DVD e as traduzimos ao português, à luz das teorias de Caldas (2009) e Pereira e Nakasato (2001). As análises e os resultados foram organizados pela relação do sujeito surdo: (1) com a Libras e o Português, (2) com os professores surdos e ouvintes e (3) com o INES e as escola(s) inclusi-va(s). Dentre os gestos simbólicos de significação destacamos o modo de funcionamento do discurso pela relação de espacialidade e temporalidade, por meio dos dêiticos (aqui / lá / fora / dentro / agora / depois / antigamente / hoje em dia), e pela irrupção de ordem corporal (sorriso / expressão leve / rosto torcido / testa franzida).Como resultados, encontramos um sujeito entre-línguas que parece se significar na tensão e na travessia entre Libras e Língua Portuguesa em oposição política entre as duas línguas. Através de regularidades, alianças, deslocamentos e contraposições, os sujeitos surdos dessa investigação se relacionam com essas línguas do se-guinte modo: (1) um sujeito surdo quese identifica com a Libras e, consequentemente, com um professor surdo e o INES e (des)identifica-se com o Português, o professor ouvinte e a escola inclusiva; (2) um sujeito surdo que se (des)identifica parcialmente com a Libras e com o Portu-guês oral e escrito, por isso se (des)identifica com o INES, mas identifica-se com um professor surdo. Por fim, entendemos essa pesquisa como uma marca de ousadia e resistência, em que somos todos idênticos e diferentes, capazes de equívocos e de deslocamentos, esperando no-vos percursos a serem traçados |