Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Ventorim, Fernanda Careta |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/23687
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Resumo: |
A criminalidade urbana é tida como um dos problemas mais graves em países em desenvolvimento. Particularmente em contextos de forte desigualdade social, como no Brasil, as atividades criminosas parecem afetar a vida das pessoas de maneira generalizada, ignorando contornos geográficos, econômicos ou sociais. No entanto, uma leitura mais rigorosa do problema da criminalidade pode iluminar os modos como ela se acentua em função de fatores específicos, como os tipos de crime, as características pessoais das vítimas – sexo, idade, raça – e as localizações das ocorrências criminais no espaço urbano. Considerando essas condições de reprodução da violência, a presente pesquisa coloca as seguintes questões: tendo em vista o aparente agravamento da violência nas cidades brasileiras nas últimas décadas, como os diferentes tipos de crimes ocorrem e se distribuem no espaço urbano? Existem características espaciais específicas? E em relação às vítimas, existem características pessoais associadas aos tipos de crimes ou às localizações? Haveria similaridades e associações entre estas distribuições? A presente pesquisa busca responder essas perguntas por meio da busca de padrões territoriais da criminalidade na cidade do Rio de Janeiro (RJ), a fim de entender como a localização espacial das pessoas pode influenciar na sua propensão em ser vítima de um crime. Para tanto, utiliza dados referentes aos boletins de ocorrências criminais em todos os bairros da cidade, fornecidos pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), entre os anos de 2007 e 2018. A hipótese é a de que essas relações não sejam aleatórias, mas envolvam padrões de conexão entre certos tipos de crime, características das vítimas e a localização das ocorrências, distribuídas de acordo com características espaciais e de renda. Essa distribuição heterogênea tornaria certos grupos sociais mais suscetíveis a tipos específicos de crime. Investigo esse processo por meio de uma estrutura de redes complexas que é capaz de agrupar ocorrências criminais semelhantes de acordo com o perfil das vítimas e as características das ocorrências. A partir desses agrupamentos, averiguei que existem associações entre tipos de vítimas, tipos de crimes e tipos de localizações. Como ilustração, identifiquei que nas áreas segregadas, onde a renda é menor, as principais vítimas foram mulheres negras ou pardas, que sofreram violência dolosa; enquanto que nas áreas mais centrais, em que a renda é um pouco maior, as principais vítimas são do sexo masculino e de raça branca, que registraram crimes de cunho culposo. |