Efeito do estresse térmico durante a gestação sobre o desenvolvimento somático e parâmetros reprodutivos da progênie feminina de camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, José Ricardo Neves da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/21793
Resumo: Com o avanço do aquecimento global, o estresse térmico pelo calor (ETC) emerge e se intensifica a cada ano como um dos principais fatores responsáveis pela redução do desempenho reprodutivo animal. Este problema afeta aproximadamente 60% da população mundial de gado causando graves perdas econômicas. Dessa forma, é imprescindível o conhecimento dos efeitos do ETC sob a capacidade reprodutiva animal e os possíveis impactos no perfil reprodutivo da prole exposta ao ETC no útero materno. Neste estudo objetivou-se avaliar o impacto do ETC na população F1 feminina de camundongos da linhagem C57BL/6 submetidas ao ETC durante o desenvolvimento embrionário / fetal em diferentes momentos do período gestacional. Para isso, o desenvolvimento intrauterino (peso ao nascer), desenvolvimento somático (peso durante o desenvolvimento pós-natal até oito semanas de idade) e parâmetros reprodutivos (quantificação da população folicular ovariana e resposta ao protocolo de superovulação) foram avaliados nas progênies feminina dos grupos i) estressados termicamente (41°C e 65% de umidade relativa) durante a primeira metade da gestação (EGI); ii) segunda metade da gestação (EGF); iii) durante toda a gestação (EGT) e controle, mantidas em condições normotérmicas (CONT). O ETC afetou o desenvolvimento intrauterino da população F1 em todos os grupos tratados em relação ao CONT (P < 0,0001), sendo o efeito deletério mais proeminente quando o ETC ocorreu na primeira metade da gestação, resultando na diferença (P < 0,05) entre os grupos EGI e EGT em comparação com o grupo EGF. Em adição, o ETC promoveu alteração do desenvolvimento somático da prole nos grupos EGI e EGT. Além disso, alterou o perfil da população folicular ovariana ao reduzir o número de folículos primordiais no grupo EGI em relação aos grupos de EGF e EGT (P < 0,05) e reduziu a taxa de ativação folicular do grupo EGT em relação ao grupo EGI (P < 0,05). Na avaliação da produção embrionária em F1, após a superovulação, verificamos que o ETC promoveu redução (P < 0,05) de estruturas embrionárias viáveis no grupo EGT quando comparado ao CONT. Em conjunto, os resultados sinalizam que o ETC durante a gestação afetou negativamente o desenvolvimento intrauterino e o desenvolvimento somático da população F1, alterou o perfil da população folicular ovariana da progênie feminina, e comprometeu a resposta ovariana à superovulação e produção de embriões.