Ser Sem Pertencer : análise discursiva da política externa do Barão do Rio Branco e a construção da imagem brasileira frente à América Latina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silveira, Mariana Guimarães Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/25982
http://dx.doi.org/10.22409/PPGEST.2018.m.10167571745
Resumo: A partir de uma perspectiva pós-estruturalista, esta dissertação busca entender como a construção da imagem brasileira pela política externa do Barão do Rio Branco, entre 1902 e 1912, ajudou a consolidar o distanciamento discursivo entre o Brasil e a América Latina. Analisando o discurso da política externa de Rio Branco, identificou-se o resgate de elementos discursivos da época do Império e, especialmente, da noção de excepcionalidade brasileira. Esta, que antes era causa e consequência da monarquia, se torna a base do discurso da diplomacia de prestígio de Rio Branco. Através dela, o Barão buscou melhorar a imagem externa brasileira, o que para ele significava destacar o Brasil da região, distanciando-o discursivamente da América Latina. Para esse fim, associa a república brasileira à estadunidense, declarando-as irmãs, assim como reforça que a Europa é o berço civilizacional do Brasil. Constata-se que, apesar de a imagem da América Latina como uma região caótica não ser mais estimulada, não há construção identitária latino-americana. Essa representava a oposição entre a raça latina e a anglo-saxã, entre América Latina e Estados Unidos, entrando em conflito com a política externa de Rio Branco de aproximação com a grande irmã do norte. Assim, na narrativa da política externa brasileira, apesar de o Brasil fazer parte da América Latina no sentido geográfico, não pertence a ela.