Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2025 |
Autor(a) principal: |
Cruz, Heitor Roque Oliveira Alves da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/37575
|
Resumo: |
A retinose pigmentar (RP) é uma doença neurodegenerativa hereditária causada por uma variedade de mutações que afetam principalmente a função das células da retina sensíveis à luz, mais precisamente os fotorreceptores. Essas alterações resultam na morte progressiva de células tipo bastonetes, seguida de cones, levando a uma série de sintomas oculares como nictalopia, visão tunelada e cegueira. No Brasil, a RP foi mostrada como a distrofia retiniana hereditária mais comum atingindo 1:4000 indivíduos e ainda não possui cura. Na RP, uma série de vias reguladas de morte celular, o aumento da ativação microglial e a produção de citocinas são responsáveis pela progressão da doença. O ATP é conhecido como uma molécula de padrão molecular associado ao dano (DAMP) e pode ser liberado para o meio extracelular após a morte necrótica assim como por mecanismos fisiológicos. Os nucleotídeos de adenina uma vez liberados podem regular eventos celulares como desenvolvimento neuronal, respostas imunológicas e morte celular através da sinalização por receptores P2Y. Já foi demonstrado que os receptores metabotrópicos P2Y1 e P2Y12 podem controlar a migração microglial e a resposta à inflamação. O objetivo do presente estudo foi avaliar o papel dos receptores purinérgicos no modelo murino de RP, o camundongo PDE6βrd10/rd10. Avaliamos a expressão do mRNA dos receptores purinérgicos P2Y1 e P2Y12 nas retinas de camundongos PDE6βrd10/rd10 e C57/Bl6 com treze (P13), dezenove (P19) e vinte e cinco (P25) dias pós-natal através do q-PCR. Para avaliar o papel do receptor P2Y12 na progressão da RP, animais PDE6βrd10/rd10 P18 e P24 foram anestesiados, seguidos da injeção intravítrea com o antagonista do P2Y12, PSB0739, na concentração de 1 μM, 10 μM e 50 μM ou com salina tamponada com fosfato (PBS) 0,01M para controle. Após 24h de tratamento, os camundongos foram eutanasiados e seus olhos foram processados para imunohistoquímica para anti-recoverina e anti-IBA-1, antígenos de fotorreceptores e microglias, respectivamente. Os dados obtidos mostraram que a expressão do receptor P2Y1 estava elevada em P19 em camundongos PDE6βrd10/rd10 quando comparados com o C57/Bl6. O receptor P2Y12 estava menos expresso em P13, mas teve aumento em P19 nos camundongos PDE6βrd10/rd10. O bloqueio do receptor P2Y12 com PSB0739 por 24 h não alterou significativamente o número de células recoverina positivas, nem o número de células microgliais ou sua migração, em P19, nas concentrações de 1 μM e 10 μM. Entretanto, o tratamento com PSB0739 a 50 μM exibiu uma tendência ao aumento de fotorreceptores na retina central nesta idade. Em P25, o bloqueio do P2Y12 não alterou o número de células fotorreceptoras nem no centro e nem na periferia da retina. Apesar de não haver alteração no número total de microglias na retina, foi observado que houve uma tendência para aumento na migração para a camada nuclear externa na concentração de 50 μM em P25. O coletivo dos dados sugere que ambos os receptores P2Y1 e P2Y12 podem estar envolvidos na fisiopatologia da RP, e o receptor P2Y12 pode ser um alvo farmacológico para tratamento da RP. |