O impacto do polimorfismo genético (g894t) da enzima óxido nítrico sintetase sobre o prognóstico de pacientes com insuficiência cardíaca sistólica em uma população miscigenada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Tardin, Oziel Marcio Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/12779
Resumo: Estudos anteriores analisaram o papel da heterogeneidade genética da enzima óxido nítrico sintetase endotelial (ONSe) sobre o prognóstico da insuficiência cardíaca. No entanto, as coortes anteriores consistiam principalmente de populações com forte predomínio de brancos ou negros e nunca populações miscigenadas como a população brasileira. Nós avaliamos o impacto do polimorfismo genético (PG) do gene da ONSe sobre o prognóstico de 145 pacientes ambulatoriais com IC sistólica em dois hospitais universitários brasileiros. Para tanto, avaliamos o impacto do PG Glu298Asp sobre: a taxa de óbito; a taxa de internação; o remodelamento reverso e a melhora da classe funcional (CF) da New York Heart Association (NYHA). O diâmetro do átrio esquerdo (AE), o diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo (VED) e a fração de ejeção (FEVE) foram avaliados na admissão e após 6 meses para a estimativa de remodelamento reverso pelos seguintes critérios: aumento da FEVE ≥ 10% ou ≥ 20%; redução do AE ≥5% ou redução do VED ≥ 5%. A melhora subjetiva na CF (NYHA) foi avaliada após 6 meses. A mortalidade e as taxas de hospitalização foram avaliadas durante o seguimento de 40 meses (média = 22 meses). A raça foi auto-declarada. O PG Glu298Asp foi analisado pela reação em cadeia da polimerase (PCR) e polimorfismo de comprimento de fragmentos de restrição (RFLP). A idade média foi de 58,8 (±13) anos; com 67,8% do sexo masculino; 50,7% afro-brasileiros e 49,3% brancos. A média da FEVE foi de 35,5% (± 9,2). A CF (NYHA) foi I (33,6%), II (41,8%), III (23,2%) e IV (1,4%). As freqüências genotípicas foram GG (40%), GT (48,3%) e TT (11,7%). A freqüência do alelo G foi (64,1%) e T (35,8%). Não houve diferença significativa na freqüência genotípica ou alélica de acordo com a raça auto-declarada (afro ou não afro-brasileira), e não houve diferenças significativas nas características clínicas, laboratoriais e ecocardiográficas basais em relação ao genótipo. No entanto, notou-se uma tendência à maior freqüência de etiologia isquêmica (p = 0,095) bem como um significante maior uso de aspirina na admissão (p = 0,031) entre os pacientes homozigotos TT. Não houve relação entre genótipo ou a frequência alélica e a melhora ecocardiográfica ou de CF. O maior AE (p = 0,00005) e menor VED (p = 0,009) na admissão foram associados à redução AE ≥ 5% e a fibrilação atrial (p = 0,0002) e o menor AE (p = 0,0004) na admissão foram associados à redução do VED após 6 meses. A CF (NYHA) II (p = 0,006) e NYHA III / IV (p = 0,03) e menor FEVE (p = 0,023) na admissão foram associados ao aumento na FEVE ≥ 10%. A menor FEVE na admissão (p = 0,0001) e a ausência de hiponatremia (p = 0,023) foram associadas ao aumento na FEVE ≥ 20%. A melhora da CF após 6 meses foi associada à pior CF (NYHA) (p <0,0001) e à creatinina > 1,5 (p = 0,025) na admissão. Não houve impacto do PG Glu298Asp sobre a sobrevida ou sobre a taxa de internação. Após a regressão logística, apenas o maior VED na admissão foi independentemente relacionado à mortalidade (p = 0,004), enquanto que o maior AE e CF III e IV (NYHA) na admissão foram relacionados à maior taxa de hospitalização (p = 0,02 e 0,004, respectivamente). Em conclusão, em uma coorte em uma população miscigenada como a brasileira, não houve impacto do PG Glu298Asp da ONSe sobre o prognóstico da IC