Determinação de fenóis de lignina como marcadores de fonte terrígena em perfis sedimentares na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Rodrigues, Alice Maria da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/2013
Resumo: A Baía de Guanabara está localizada na região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro e ao longo dos últimos séculos vem sofrendo diversas modificações devido ao intenso crescimento urbano e industrial. Este trabalho teve como objetivo caracterizar a matéria orgânica de dois perfis sedimentares localizados nas regiões interna (BG1) e de entrada (BG2) da Baía de Guanabara através da composição de C, N e fenóis da lignina como indicadores da deposição do material terrígeno ao longo dos últimos 3500 anos. Durante o último século os teores de COT e NT no BG1 indicaram um aumento crescente em direção ao topo do testemunho com valor máximo de 3,4 % de carbono na camada superficial e razão C/N próximo a 10 indicando mistura de fontes terrígenas e marinhas com maior contribuição resultante da eutrofização nas camadas superiores. Para as fases que correspondem de 3520 AP a 750 AP os teores de carbono e nitrogênio foram menores, ressaltando um aumento pontual na fase V, em torno de 2050 AP, com valores de 3,5% e 0,2, respectivamente e razão C/N de 17,3 e foi relacionado a variação do nível do mar. O BG2 apresentou valores maiores quando comparado com o BG1. Da base, em torno de 810 anos AP, ao topo as maiores oscilações foram nas camadas recentes com valores entre 2,0 % e 5,3 % de carbono, e entre 0,19% e 0,51% de nitrogênio e razão C/N entre 9,4 e 11,7. Os teores de lignina oscilaram entre 0,63 a 46,76 mg.100 mg de CO-1 no BG1 0,04 a 2,9 no BG2 mg.100 mg de CO-1, confirmando a presença de material alóctone de plantas vasculares. A razão entre os grupos fenólicos (S/V e C/V) apresentaram maiores valores das razões S/V sobre C/V. A predominância de material proveniente dos solos nas fases superiores e enriquecidos por restos de plantas vasculares nas camadas da base foram evidenciados pelos índices diagenéticos (Ad/Al)V e 3,5Bd/V, e indicaram a intensificação de processos erosivos e maiores perdas de solos por escoamento superficial nas camadas recentes. Atipicamente no período de aproximadamente 2050 AP foi identificado elevada quantidade de material preservado característico de restos de plantas vasculares. Durante o último século maiores taxas de acumulação de carbono, nitrogênio e lignina foram registrados e foram relacionadas as modificações no uso do solo devido a intensificação do processo de urbanização ocorridos nas regiões de influência de ambos os testemunhos BG1 e BG2. Inicialmente o aumento nos fluxos de carbono foi acompanhado de lignina. No entanto, a partir da década de 90, esse comportamento não teve continuidade na região interna da Baia, com aumento no fluxo de carbono sem a mesma participação da lignina. Na entrada da baia o mesmo foi observado a partir de 2000, destacando maiores valores para as taxas de acumulação de lignina, e principalmente em 2005 quando ocorreu um aumento brusco de lignina sem incremento do carbono. A presença de fenóis de lignina encontrado em concentrações diferentes significa que a contribuição de matéria orgânica de origem alóctone existe, no entanto a mesma pode está sofrendo diferentes taxas de diluição e degradação ao longo do transporte e deposição e por esse motivo pode ser encontrado em concentrações diferenciadas. Para as camadas recentes do topo dos perfis sedimentares, BG1 e BG2, o fluxo de lignina diminui e o fluxo de C aumentou, indicando que a contribuição de matéria orgânica de origem vascular para os dois ambientes foram menores