Ecologia alimentar de Scartella cristata (Linnaeus, 1758) (Blenniidae: Teleostei)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Mendes, Thiago Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/22351
Resumo: Estudos de ecologia alimentar com peixes recifais nos permitem inferir sobre sua importância nas cadeias tróficas, além de fornecer dados a respeito da influência desses organismos na estruturação das comunidades bentônicas. Embora os peixes que forrageiam sobre a matriz de algas epilíticas (MAE) sejam usualmente classificados como herbívoros, estudos recentes mostram que o detrito associado a essas algas é uma importante fonte de alimento para diversas espécies. O blenídeo Scartella cristata apresenta uma ampla distribuição no Atlântico tropical, habitando áreas rasas de ambientes recifais e forrageando sobre a MAE. O presente trabalho teve como objetivo investigar a ecologia alimentar de S. cristata em Arraial do Cabo (RJ) através do estudo de seu comportamento alimentar e sua dieta. A taxa de forrageamento de S. cristata foi mensurada na Ponta da Cabeça através do número de mordidas por indivíduos, em intervalos de cinco minutos, ao longo do período de atividade da espécie, durante o verão e inverno e em temperaturas entre 22 e 25ºC e 16 e 19ºC. A fim de descrever a dieta de S. cristata e sua variação espacial e temporal, foram realizadas análises de conteúdo alimentar de exemplares coletados na Ponta da Cabeça e na Ponta da Fortaleza no verão e inverno. Observou-se que, independentemente da época do ano, a taxa de forrageamento é maior em águas quentes. Adicionalmente, a despeito das variações de temperatura e sazonalidade, notou-se um padrão diário da atividade de forrageamento com um pico no meio da tarde em todas as situações. Foi possível identificar 38 itens alimentares, sendo 24 algas, 12 de origem animal, detritos e sedimento. A dieta de S. cristata mostrou-se bastante variável com relação ao local e à época do ano. Entretanto, detrito foi um dos principais componentes da dieta de S. cristata em todas os locais e épocas estudados, embora a espécie ingira também uma grande quantidade de algas, principalmente filamentosas. Assim, o presente estudo chama a atenção para a participação de detritos na dieta de S. cristata e sugere que, como acontece nos recifes de coral, a cadeia de detritos exerce um importante e pouco conhecido papel na trofodinâmica dos costões rochosos.