A ‘arte de sujar os sapatos’ com a pauta social: grande reportagem e o cotidiano dos indivíduos (extra)‘ordinários’

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Souza, Luiza Gould de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/13504
Resumo: Este estudo analisa grandes reportagens protagonizadas por anônimos oprimidos, mas não passivos, a quem Michel de Certeau (2014 [1980]) chama de “ordinários”; por vidas “matáveis” e ao mesmo tempo insacrificáveis (AGAMBEN, 2010 [1995]); por mulheres e homens “invisíveis” (BRUM, 2006), assim considerados devido a uma cegueira coletiva e consciente. Verificamos se os discursos constituídos permitem conhecer, em sua alteridade, o marginalizado social. São problematizados critérios de noticiabilidade que repercutem essa exclusão na mídia, assim como rotinas produtivas do jornalismo. O corpus é constituído por trabalhos vencedores do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, e recorremos à Análise de Discurso francesa para investigá-los. A pesquisa revisita a grande reportagem por meio de escolas que afirmaram o lugar do gênero, como o New Journalism, mas também fornece um contraponto ao desromantizá-la. Conclui-se que a reportagem tem inegável potencial de relatar histórias de vidas marginalizadas com o respeito que tais histórias merecem, ajudando a iluminar os abismos de nossa sociedade. Mas, se não está a serviço do Outro, caso engrandeça a aventura do repórter ou tenda à espetacularização dos personagens, então o gênero terá falhado com a busca por um jornalismo mais íntegro e integral (MORAES, 2019).