Diversidade críptica de algas calcárias não-geniculadas do sudeste brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Jesionek, Michel Braun
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/24766
Resumo: A taxonomia de algas calcárias não-geniculadas (ACNG) é dificultada por conta da sua reconhecida plasticidade fenotípica e muitas vezes devido à ausência de caracteres diagnósticos utilizados para separar espécies geneticamente próximas. Estudos recentes vêm mostrando como a informação genética é indispensável à taxonomia do grupo, revelando tanto diversidade críptica, com a descoberta de novas espécies, como sinonimizando espécies e fazendo com que ACNG descritas há muitos anos sejam posicionadas sucessivamente em diferentes gêneros e espécies ao longo do tempo. O sudeste brasileiro, especialmente a costa do estado do Rio de Janeiro, é amplamente representado por habitats rochosos, como costões de praias e ilhas costeiras, onde as ACNG prosperam entre os organismos bentônicos dominantes. Além disso, existe a presença de extensos bancos de rodolitos ocorrendo na plataforma continental do Espírito Santo, demonstrando o grande potencial para novos registros para esta região. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi inferir e descrever a diversidade críptica de ACNG que se desenvolve nestes habitats, utilizando dados moleculares e morfoanatômicos. Três novas espécies para ciência foram descritas: Tectolithon fluminense gen. et sp. nov. e Crustaphytum atlanticum sp. nov., ocorrendo em habitats rochosos ao longo da costa do estado do Rio de Janeiro e Sporolithon amadoi em um banco de rodolitos na costa norte do estado do Espírito Santo. Os novos táxons evidenciados por análises moleculares e morfoanatômicas, demonstram o grande potencial dessa região do Atlântico Sul para abrigar novos registros, expandindo o conhecimento sobre a biodiversidade marinha do sudeste brasileiro e da taxonomia das ACNG. Análises dos marcadores psbA e rbcL revelaram que Tectolithon fluminense e Crustaphytum atlanticum pertencem ao clado formado pelo complexo Clathromorphum, tipicamente subártico/ártico. A observação de espécimes desses táxons com iniciais subepiteliais mais longas e mais curtas que suas derivadas internas imediatas indica que essa característica morfoanatômica deve ser utilizada com cautela para delimitação genérica em Melobesioideae. Com base na análise de DNA do material tipo, foi demonstrado que Sporolithon ptychoides, anteriormente considerado uma das principais espécies formadoras de rodolitos no Brasil, não ocorre nessa região e, na verdade, corresponde a Sporolithon amadoi, uma espécie críptica com características morfoanatômicas similares e descrita no presente estudo. A diversidade revelada o sudeste brasileiro evidencia a importância da taxonomia alfa para as ACNG, fornecendo base de dados para estudos de filogenia e filogeografia do grupo. A comparação genética com material tipo, demonstra ser a única maneira inequívoca de se nomear espécies de ACNG