Benefícios e risco do consumo de pirarucu (Arapaima gigas) da Amazônia central: distribuição de mercúrio em órgãos e musculatura, perfil de ácidos graxos e avaliação de risco à saúde humana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Barros, Ana Paula Campos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27866
Resumo: Pirarucu (Arapaima gigas) é um peixe carnívoro que habita a Amazônia e é considerado um dos maiores e mais importantes peixes da região. O consumo de peixe na região norte do Brasil é maior do que em qualquer outra região do país e pode ser um risco à saúde humana devido à bioacumulação de MeHg no pescado. Por outro lado, o consumo de peixe é incentivado pelas agências de saúde por ser fonte de ácidos graxos ω3 (EPA e DHA). Diante deste cenário, objetivou-se no primeiro trabalho investigar as concentrações de mercúrio total (HgT) e a composição de ácidos graxos em 24 amostras de musculatura de pirarucu (Arapaima gigas) obtido de áreas de várzea da Amazônia Central e avaliar o benefício e o risco potencial para o consumo humano. A concentração média de (HgT) encontrada foi de 0,829 mg.kg-1 , mas poucas amostras ultrapassam o limite de 1,0 mg.kg-1 estabelecido pela Organização Mundial de Saúde. Quanto aos benefícios, foram encontradas concentrações elevadas de EPA e DHA. Para avaliar o risco potencial para a saúde humana, foi calculado o quociente de risco (HQ). Para a região norte e as comunidades ribeirinhas, o HQ foi > 1, o que sugere um risco potencial. No entanto, não há risco quando o consumo brasileiro é considerado. Em conclusão, o potencial risco para a saúde humana só excederia os benefícios se o pirarucu deste estudo for consumido diariamente, o que não é a realidade, mesmo para as comunidades ribeirinhas que consomem outras espécies de peixes. No segundo artigo o objetivo foi investigar os níveis de bioacumulação de mercúrio total nos principais órgãos do pirarucu da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Amanã, Amazonas, e avaliar o fígado como alimento alternativo humano saudável pela avaliação de risco. Foi avaliada a concentração de mercúrio total de 10 amostras de A. gigas em fígado, rim, intestino, brânquias e estômago. A distribuição de HgT encontrada foi fígado > rim > intestino > brânquias > estômago. Desta forma, sugere-se que a contaminação tenha ocorrido principalmente pela dieta do A. gigas, devido à maior concentração de HgT no intestino do que nas brânquias. Na avaliação de risco, não foi observado risco à saúde humana com relação à contaminação de Hg para o consumo fígado de pirarucu, pois segundo a taxa de ingestão de pescado para a população brasileira (25 g/dia) o HQ calculado foi >1 (0,54). Com base nestes resultados, pode-se concluir o consumo de fígado de A. gigas deve ser estipulados e encorajados não havendo risco para saúde humana.