Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Leite, Milene Maciel Carlos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/3510
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Resumo: |
A presente pesquisa, realizada em nível de Mestrado, interessa-se pelas produções de sentido para a infância na atualidade. Sob o embasamento teórico-metodológico da Análise do Discurso de orientação francesa, com base em Pêcheux (1997 [1969], 2009 [1975], 2012 [1983]), na França, e Orlandi (2001, 2012, 2013), no Brasil, propomos uma análise discursiva de três fotografias em circulação nos jornais Folha de São Paulo, O Globo e Extra, todos em suas versões online, na tentativa de compreender o processo sócio-histórico-ideológico de significação para a infância em cena. Neste intento, partimos dos trabalhos de Orlandi (2003), Lagazzi (2009) e Lunkes (2014), que abrem espaço a discussões que considerem o não verbal como objeto, ou, conforme Lagazzi (ibidem), distintas materialidades significantes como foco de análise. Mobilizamos, nas análises empreendidas, as noções de sujeito, posições-sujeito e gestos de interpretação, considerando a incompletude da imagem e as suas múltiplas possibilidades de leitura, o que reafirma a condição de linguagem do não verbal. Uma das imagens analisadas permitiu ao fotógrafo um prêmio na categoria "Melhor fotografia", em concurso interno ao jornal O Globo. Diante disto, nos perguntamos: Melhor fotografia para quem? O que há nessa imagem que seja digno de reconhecimento? Propomos, como hipótese na presente análise, que as fotografias, no espaço dos jornais, sustentam-se sob o efeito de neutralidade ideológica. Os processos discursivos, para Pêcheux (2009 [1975]), se desenvolvem sobre a base linguística, mas também estão aí imbricadas relações ideológicas de classe, cujas raízes estão na contradição. Mariani (1996) aponta, a respeito do discurso jornalístico, que o pronto efeito de “falar sobre” é tornar objeto aquilo sobre o que se fala. Considerando que fotografar é tornar objeto aquilo que se fotografa, pensamos e propomos o funcionamento da imagem como “discurso sobre” (MARIANI, 1996) uma infância. Pelo teor do que torna visível, pela afetação e por o que têm a transmitir, propomos, de um lado, o valor testemunhal do discurso imagético aqui trazido à análise; de outro, na condição de produto, consideramos a possibilidade de refletir sobre o valor mercadológico das imagens, o que instaura uma contradição. Ao levarmos em conta a materialidade significante específica da imagem, produzimos, à luz da teorização de Pêcheux (ibidem) uma discussão que considera o atravessamento ideológico e inconsciente na produção e circulação de imagens na imprensa (e destas imagens, em específico), considerando a condição do sujeito assujeitado (pelo ideológico e pelo inconsciente) |