Cor e movimento nas poéticas de João Cabral de Melo Neto e Piet Mondrian

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Lima, Maria Rafaelle Beserra Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/3888
Resumo: Este trabalho visa a estabelecer um diálogo entre a poesia de João Cabral de Melo Neto e a pintura de Piet Mondrian, apontando semelhanças entre os artistas no tocante a uma reflexão sobre a arte, o que confere a ela, ao mesmo tempo, um caráter intelectivo e expressivo. Tendo esse objetivo, problematizamos parte da tradição crítica a respeito do processo artístico de ambos e enfatizamos, em nossa leitura, a questão da articulação entre racionalidade e subjetividade em suas obras. Para isso, privilegiamos a abordagem recorrente da cor branca. Em João Cabral, essa é a cor a crise do olhar, visto que, com ela, há uma relação de aproximação e de luta: ao mesmo tempo em que ele a aponta como pura, ela o incita a corromper sua pureza numa luta, que é o processo de feitura de um poema. A mesma atitude pode ser percebida em Mondrian. O branco torna-se um de seus temas pictóricos e, através dele, o pintor vai manifestar uma postura afetiva e convidativa a um lutar “corpo a corpo” com a tela, a fim de eliminar aspectos que nela contrariem uma gramática do “essencial”. Como desdobramento da ideia de um fazer em luta, dá-se a problematização do dinamismo nessas poéticas. Dentre os recursos comuns a Cabral e Mondrian, analisamos o branco como agente propulsor de movimento, a tensão entre narração e descrição, a ideia de série e o efeito vivo das figuras apresentadas. Assim, podemos compreender que as artes de João Cabral e Mondrian colocam na cor a sua expressividade maior, valorizando-a não apenas pelo seu aspecto cromático, mas sim pelas suas significações e contribuições para uma arte “em movimento”, resultante de um fazer em combate. O branco no papel e na tela desperta emoções, travando uma luta contra o que, tradicionalmente, é concebido como real para que haja um realismo de linguagem