Estado nutricional de adolescentes em uso de antipsicóticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Guerra e Silva, Débora
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/3786
Resumo: Introdução: O uso de antipsicóticos (AP), especialmente atípicos (AA), em adultos pode levar a ganho de peso, obesidade e risco de doenças cardiovasculares. Ainda há poucos estudos relacionados ao uso destes medicamentos em crianças e adolescentes. Objetivo: Avaliar o estado nutricional de adolescentes conforme o tempo de uso de AP, em especial AA. Metodologia: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética da UFF (Nº de licença: 047536/2015). Trata-se de amostra de conveniência e estudo transversal com 49 adolescentes de ambos os sexos com idade entre 10 a 19 anos em tratamento psiquiátrico no CAPSi Zé Garoto- São Gonçalo/RJ. Foram incluídos no estudo adolescentes com déficit intectual, autismo, transtorno de conduta e psicose. Excluídos os portadores de doença endócrino-metabólica (diabetes, hipo e hipertiroidismo). Com autorização, os participantes realizaram avaliação antropométrica de peso, estatura e perímetro da cintura (PC) e foram calculados o Índice de Massa Corporal (IMC), considerando a classificação de z-Score e percentil 75 da amostra como ponto de corte para PC (P75 – PC: 96,5 cm). Para análise da composição corporal, foi selecionada uma subamostra de pacientes em uso de risperidona (RP) como medicação principal (esquizofrênicos e déficit intelectual) e analisado percentual de gordura corporal (PGC) através de balança de bioimpedância e somatório de dobras cutâneas (SDC). Resultados: Participaram do estudo 41 meninos e 8 meninas, com idade média de 14,4 ± 2,7 anos. Destes, 8 não usavam medicação AP (SA), 32 a usavam há mais de 1ano (> 1 ano) e 9 a usavam há menos de 1 ano (< 1 ano). Houve diferença significativa quanto ao IMC em relação ao tempo de uso de medicação [Teste Kruswall Wallis (mediana): SA = 18,55 / <1 ano = 22,93 / >1ano = 24,56 kg/m²; p=0,003], sendo significativamente maior o IMC entre os que usaram AP em comparação aos sem uso e maior IMC após primeiro ano de uso [Teste Mann- Whitney, IMC x não há uso de AP x > 1ano, p= 0,028; IMC x não há uso de APx < 1ano, p=0,221; IMC x < 1 ano x > 1 ano, p= 0,757]. Também houve mais obesos entre os usuários de AP por mais de 1 ano (p=0,007 – Teste Qui quadrado; obesos= 40,6%). Pacientes em uso de RP apresentaram maior média de IMC, independente do tempo [IMC x com e sem risperidona / Teste Mann- Whitney, p= 0,034 (mediana): IMC SEM RP = 19,61/ IMC COM RP= 24,80]; [ IMC x tempo / Teste Kruskal-Wallis, p= 0,097]. Foram encontradas alterações no percentual de gordura corporal pelo SDC em relação ao tempo de uso da RP, sendo maior PGC entre os que usavam RP em comparação aos sem uso e maior no primeiro ano de uso. [Gordura Corporal X Tempo / Teste Kruskal-Wallis, p= 0,038, Gordura sem RP= 20,40, Gordura 1mês - 1ano = 28,95 , Gordura > 1ano = 26,12] ; [ Gordura x com x sem RP; Teste Mann-Whitney, p= 0,018/ Gordura (sem RP) = 20,40 e Gordura (com RP) = 26,99], [Teste de Mann Whitney; Gordura x não há RP x 1 mês - 1ano, p= 0,014 / Gordura x não há RP x > 1ano; p= 0,062]. Conclusão: A análise sugere que há associação temporal entre uso de AP, aumento de IMC e obesidade. A RP está associada com aumento de IMC e há relação temporal entre o uso de RP e aumento de gordura corporal.