Estudo epidemiológico da circulação de RICKETTISIAS do Grupo da febre maculosa em cães domésticos (Canis familiares) e em seus carrapatos (Acari: Ixodidae) em uma área não endêmica na zona oeste do Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Machado, Camila de Souza Cerqueira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/29227
Resumo: As doenças causadas por bactérias do gênero Rickettsia estão distribuídas no mundo representadas através de focos endêmicos e algumas vezes são determinadas por surtos, que podem ocorrer de forma sazonal e esporádica. De uma forma geral, as espécies de Rickettsias estão relacionadas a vetores artrópodes e estas bactérias do gênero Rickettsia podem infectar hospedeiros vertebrados, como humanos, em uma infecção acidental. A espécie de Rickettsia do grupo da febre maculosa (FM) considerada mais patogênica é a R. rickettsii. A perda da biodiversidade causada pelo homem, através de destruição e alteração dos ecossistemas naturais resulta na interferência da natureza. A relação entre os animais silvestres e o homem tem ocasionado o aparecimento de novas doenças. No presente estudo foram coletadas amostras de sangue (130/130) e carrapatos (69/130) de 130 cães dos Bairros de Vargem Grande e Guaratiba. Os objetivos foram detectar cães domésticos reativos sorologicamente à Rickettsia rickettsii e Rickettsia parkeri utilizando a Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), determinar a ocorrência de infecção por rickéttsias do grupo da febre maculosa em carrapatos naturalmente infectados através da técnica de PCR e conhecer a fauna de ixodídeos em cães nas regiões estudadas. Como resultados obtidos, de 130 cães, observou-se uma soroprevalência de 35.4% para R. rickettsii, com titulação máxima de 1:1024 e 26.2% para R. parkeri, com título máximo também de 1:512. Na análise do questionário epidemiológico, pôde-se observar que as variáveis Residência, acesso a mata, contato com equinos, contato com animais silvestres e presença de carrapatos foram significativas (p<0.05) e tiveram influência na exposição dos cães para Rickettsias do GFM e seus vetores. Dentre os 361 carrapatos coletados, 95.5% foram da espécie Rh. sanguineus e 4.5% foram da espécie Amblyomma sculptum. Na análise molecular, 3 amostras foram positivas, sendo uma amostra de Vargem Grande geneticamente compatível com Rickettsia felis e duas amostras de Ilha de Guaratiba compatíveis para Rickettsias do GFM, sendo Rickettsia rickettsii e Rickettsia felis. Através deste estudo epidemiológico inédito pôde-se concluir que existe circulação de Rickettsias do GFM, que o ciclo das Rickettsias nestas regiões são multifatoriais, com características peculiares influenciadas por Habitat, outros hospedeiros sentinelas, amplificadores e vetores de caraterística urbana e rural; E que existe necessidade de novos estudos para o entendimento do complexo ciclo da FMB nas regiões estudadas, com o objetivo de de quantificar os fatores de risco para a saúde humana