O sabá do sertão: feiticeiras, demônios e jesuítas no Piauí colonial (1750-58)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Santos, Georgina Silva dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/185
Resumo: Esta dissertação tem como eixo principal os depoimentos de duas escravas mestiças, Joana e Custódia de Abreu, que assumiram participar de encontros noturnos firmados por pactos diabólicos no Piauí colonial. O documento foi escrito e enviado ao Tribunal do Santo Ofício de Lisboa pelo jesuíta Manuel da Silva e possui descrições muito semelhantes com os elementos que definem o complexo sabático europeu. O texto foi resultado da confluência de diversas crenças mágico-religiosas, a descrição dos encontros noturnos com o diabo se aproximou ora da magia popular, ora dos calundus coloniais e ora do sabá europeu. As intenções do padre ao enviar as confissões para a Inquisição parecem vir da vontade de denunciar o estado de “abandono religioso” dos sertões e de destacar a importância da Ordem do qual fazia parte. As fontes também funcionaram como indícios que levaram a compreensão de um cenário mais amplo e multifacetado, no qual foi possível investigar: o amplo uso de práticas mágicas no reino e na América Portuguesa; o papel da Companhia de Jesus no processo de colonização e catequização dos ameríndios, e as adaptações que a Instituição sofreu no Brasil; a ocupação dos sertões através da “Guerra dos Bárbaros”; e a formação cultural e religiosa do Piauí no século XVIII.