A construção de tópico na língua de sinais brasileira: uma abordagem psicolinguística

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Dias, Aline Fernanda Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/9506
Resumo: A presente tese tem por objetivo investigar o status das construções de tópico na Língua de Sinais Brasileira (Libras). Visa-se, assim, oferecer discussão a respeito do papel assumido pelo tópico nessa língua semelhante à que tem sido feita em torno de línguas orais, tal como o Português Brasileiro (PB) (cf., dentre outros, GALVES, 2001; NEGRÃO, 1990; NEGRÃO & VIOTTI, 2000; ORSINI, 2003; PONTES, 1987; VASCO, 1999, 2006). Pretende-se, com isso, contribuir para a caracterização mais aprofundada dessas estruturas, propondo, por fim, uma representação formal para as mesmas, considerando-se as abordagens sobre a periferia esquerda (cf. RIZZI, 1997, 1999) e sobre o custo da computação (cf. CORRÊA & AUGUSTO, 2007, 2012). A hipótese é de que a Libras seja uma língua orientada para a sentença, cuja estrutura básica é a do tipo “sujeito > predicado”, a estrutura “tópico > comentário”, por sua vez, corresponderia àquela marcada nesta língua (cf., dentre outros, FERREIRA BRITO, 1995; QUADROS & KARNOPP, 2004). É possível assumir, dessa forma, que, em se tratando de uma estrutura marcada, possui realidade psicológica diferente e mais custosa do que aquela que representa a ordenação canônica na língua, isto é, “sujeito > predicado”, podendo ser essa diferença investigada em experimentos psicolinguísticos. Desse modo, tem-se, ainda, como objetivo desenvolver a implementação da metodologia experimental de investigação do fenômeno na Libras. Nesse sentido, foram adaptados/criados os seguintes tipos de experimento: (i) teste de julgamento de aceitabilidade; (ii) testes de produção induzida; (iii) teste com rastreamento ocular. Os resultados desses experimentos corroboram a hipótese de que a Libras seja língua de orientação para a sentença, isto é, sua ordenação básica seria “sujeito > predicado”. Entretanto, testada a condição de saliência para que um constituinte seja tomado como tópico, uma vez que a demanda discursiva evidencie um argumento interno como candidato, observa-se ser esse recurso uma estratégia significativa de representação da informação discursiva na sentença da Libras, competindo, em igualdade, com o sujeito. Tal estratégia foi muito pouco empregada quando da ausência desse contexto discursivo apropriado, isto é, sem saliência de um candidato a tópico de argumento interno. Para além desse aspecto, observou-se que a marca não manual associada à construção, levantamento de sobrancelhas, não parece ser indispensável para que usuários da Libras produzam e compreendam sentenças do tipo “tópico > comentário”, assim como o tipo de verbo, com concordância ou sem concordância, não parece ser restrição para que haja topicalização numa sentença da Libras. As análises dos experimentos indicam, ainda, que o tópico nessa língua possa estar deixando de corresponder a uma estratégia marcada, numa espécie de mudança em curso