Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Macedo, Anderson Lucas da Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/30419
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Resumo: |
Esta pesquisa investiga a relação entre língua Afrikaans e a identidade étnico-linguística dos jovens Coloureds “born free” da Cidade do Cabo, na África do Sul. O grupo étnico conhecido como Coloureds foi assim classificado no início do governo apartheid, que se iniciou oficialmente em 1948, uma vez que esses indivíduos tinham um passado de miscigenação e, portanto, não poderiam ser considerados Negros ou Brancos de acordo com as ideologias raciais vigentes na época. O nascimento e desenvolvimento da língua Afrikaans tem profundas relações com o grupo citado porque tais indivíduos são falantes desta língua bem como parte da população Branca. Assim, temos uma língua (e variedades desta língua) que é compartilhada por dois grupos étnicos pertencentes a contextos sócio-históricos bastante distintos; enquanto os Brancos desfrutaram de muitos privilégios econômicos e políticos durante a maior parte da História sul-africana, os Coloureds eram tratados como “cidadãos de segunda classe” e situados numa posição “entre Brancos e Negros”. A presente pesquisa, portanto, apresenta uma delimitação étnica (Coloured), linguística (Afrikaans), geográfica (Cidade do Cabo) e geracional (pós-apartheid). A investigação se orientou por pressupostos teóricos da identidade e sua relação com a língua (LABOV, 2008; TABOURET-KELLER, 1998 E EDWARDS, 2009), etnicidade (FOUGHT, 2006; FISHMAN, 1989, 1998 E STELL, 2011), pertencimento (ANTHIAS, 2006; PFAFF-CZARNECKA, 2011) e atitudes linguísticas (PETITJEAN, 2008; CARDOSO, 2015; GARRETT, 2013). No que se refere ao levantamento de dados, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa que utilizou da técnica da entrevista em duas etapas. A primeira, através de um pré-teste, realizado com Coloureds sul-africanos nascidos a partir de 1994, ano do fim do apartheid. Já na segunda etapa as entrevistas foram realizadas in loco a partir de uma viagem de campo à Cidade do Cabo, onde 17 pessoas relataram suas experiências de uso das variedades identificadas no local da investigação. Os resultados mostraram que a principal variedade linguística usada pelos informantes se chama Kaaps, entre outros nomes. O Kaaps é considerado por muitos um falar informal e há intensa influência do inglês. Com o desenvolvimento da pesquisa fica reforçado que os laços de pertencimento entre seus falantes e sua comunidade se fortalecem pelo uso de tal variedade. O falar Kaaps foi reconhecido como uma das principais características em “fazer a etnicidade Coloured”. |