Negritude e classes populares: fios e desafios do diálogo entre professora e crianças na escola pública

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Oliveira, Joana Paula dos Santos Gomes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23828
Resumo: A presente pesquisa se insere na linha de pesquisa Estudos do Cotidiano da Educação Popular. Traz reflexões acerca do meu trabalho pedagógico com foco no diálogo com as crianças como possibilidade de me orientar na produção de uma prática dialógica (FREIRE,2005) e antirracista (CAVALLEIRO, 2001, GOMES, 2005, MUNANGA, 1999) no cotidiano da Educação Infantil. No processo de investigação a invisibilidade e silenciamento da negritude, do ser negro das crianças das classes populares no processo de escolarização se delineou como problema da pesquisa. O trabalho nasce de interrogações que emergem dos encontros entre a professora pesquisadora e as crianças, com idade entre três e quatro anos matriculadas em um Núcleo Avançado de Educação Infantil pertencente à rede municipal de Niterói- Rio de Janeiro. Como parte desse processo de estudo a pesquisadora elabora a metáfora do cavucar exercendo o papel de Sankofa ao recordar as práticas pedagógicas que atravessam sua formação humana e profissional. O exercício investigativo foi delineado metodologicamente como uma pesquisa com o cotidiano. O diálogo e a escuta são procedimentos que potencializam suas reflexões tecidas por meio da escrevivência como forma de estilhaçar as máscaras brancas e ecoar as vozes historicamente subalternizadas. A pesquisadora aposta no paradigma indiciário proposto por Ginzburg (1989) para captar pistas, sinais e indícios presentes nas vozes, nos gestos e silêncios das crianças. Utiliza como fontes de estudo e problematização da sua prática as informações contidas nos cadernos de registros do seu fazer, nos relatos de momentos vivenciados com as crianças, nas fotografias e vídeos das vivências com os pequenos. Algumas aprendizagens do trabalho são: a importância da problematização da própria prática pedagógica para o reconhecimento e fortalecimento da negritude na sua formação com professora pesquisadora negra; a luta por uma educação libertadora anunciada no diálogo com as crianças, a presença de elementos essenciais a uma Educação Popular tecida no espaço público de Educação Infantil; a educação como possibilidade de sair do lugar da dor para o lugar da potência, lugar da vida e alegria presente nas infâncias das crianças negras e não negras de classes populares.