Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Lima, Daniel Noro de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/7824
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Resumo: |
O estudo discute algumas possibilidades nas produções de saúde e existência, considerando os afetos gerados nos encontros que os casos estudados tiveram com a arte. Buscamos o conatus espinosano para assumirmos um conceito positivo de saúde. A saúde expressada por uma potência, uma força inconsciente do humano a produzir um estado de bem-estar, opondo-se ao ainda hegemônico conceito biologicista que encara a saúde pelo signo da falta, da necessidade, da doença. Partimos do princípio que, tanto a saúde quanto os modos de existência estão expostos, em graus variados, aos afetos produzidos no encontro com forças de fora, ou agenciamentos. A arte, enquanto agenciamento, tem o potencial de convidar o outro a se comunicar com o seu corpo sensível, produzindo afetações. O principal objetivo deste trabalho foi identificar como as intensidades geradas nos encontros com arte produziram afetações na produção de modos de existência e de saúde nas vidas estudadas. Abordamos neste trabalho aspectos subjetivos que afetaram os sujeitos no seu processo singular de produção de territórios de existência. Para analisarmos as produções de saúde e de modos de existência, que podem emergir dos encontros com formas de expressões artísticas, fizemos imersões nas histórias de vida de Alice e Paulo, que, de antemão, sabíamos terem sido de algum modo afetados pelos encontros que tiveram com a arte. A busca metodológica foi orientada pela necessidade de evidenciar subjetividades e experiências no campo do vivido. Para tanto, experimentamos o método do encontro no qual o conhecimento é ativador e produtor de intervenção na vida e acontece nas relações de saber-poder produzidas no encontro entre pesquisador e investigados. Foram realizadas entrevistas não estruturadas de modo que os investigados se sentissem à vontade para falar das suas experiências, suas emoções e suas afetações. Como ferramenta para a produção dos resultados e análises da pesquisa, optamos pela produção das narrativas de vida descritas por Walter Benjamim, que as qualifica como faculdade de intercambiar experiências. A narrativa possibilita um extravasamento do ato experienciado pelo pesquisador, evidenciando suas singularidades. Nessa perspectiva, deseja-se compartilhar com o leitor o nosso olhar sobre a experiência vivida e convidá-lo a ver o que foi visto. Vimos que as afetações produzidas por Paulo e Alice nos encontros com a arte, considerando as singulares de cada caso, contribuíram para um aumento da potência de viver, elevando o gradiente de saúde. As narrativas evidenciam também algumas maneiras pelas quais Alice e Paulo tiveram suas existências afetadas pela arte. A partir do que foi produzido de resultados, pode-se inferir que a arte atua como agenciamento operado pelo sensível e possui potencial para fissurar mundos instituídos e refazer relações de saber poder e que na disputa pela radicalização das práticas de saúde em direção a um projeto de saúde cuidador e produtor de potência, a arte se apresenta como possível campo a ser explorado na luta pela vida e pela produção de modos de existência |