Uso de organismos filtradores (ascidiacea) na avaliação da contaminação por mercúrio em ecossistemas costeiros do Estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Vidal, Patrícia Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/5191
Resumo: necessidade no estabelecimento de prioridades para decisões de gerenciamento ambiental. O objetivo deste trabalho é o uso de organismos filtradores do grupo Ascidiacea como bioindicadores para a avaliação da contaminação em ecossistemas costeiros do Estado do Rio de Janeiro em relação a poluição/risco ecotoxicológico por mercúrio. Foram escolhidas três baías do sistema costeiro do Estado do Rio de Janeiro com diferentes graus de degradação: Baía de Guanabara (BG) amplamente poluída; Baía de Sepetiba (BS), com algumas áreas contaminadas e Baía da Ribeira (BR), com alterações antrópicas localizadas. Em cada baía, foi selecionado um ponto de coleta e capturados, durante a maré baixa, aproximadamente trinta indivíduos. As ascídias coletadas foram colocadas em sacos plásticos, lacrados, identificados e congelados. Uma vez no laboratório, os organismos foram identificados, a nível de espécie, e pesados (peso úmido). A determinação das concentrações de mercúrio total (HgT) nos organismos foi realizado no Laboratório de Especiação de Mercúrio Ambiental (LEMA) no CETEM/MCT. Para tal, foi utilizado um aparelho de absorção atômica portátil (LUMEX), específico para análises de HgT por espectrofotometria de absorção baseada no diferencial Zeeman. A determinação do metal foi feita tanto na parte interna das ascídias quanto em sua túnica de revestimento. Para a espécie Styela plicata, encontrada na BG e BS, apesar de não haver diferença significativa, foram observadas maiores [HgT], tanto na túnica quanto na parte interna, nas ascídias de BS. Tais resultados tornam-se mais evidentes ao comparamos as estações Pilar Niterói (ambiente altamente poluído) e Pilar Canal Central (ambiente menos poluído devido à intensa circulação das águas) da BG, tanto entre si, quanto em relação às amostras dessa espécie na BS. Em relação à Phallusia nigra, espécie encontrada na BR, a [HgT] foi maior na parte interna desses organismos do que os da BG e BS. As maiores [HgT] foram observadas na túnica, para as três baías, e não houve diferença significativa entre elas. Não houve correlação entre o peso (tamanho) das ascídas e a [HgT] em seus tecidos. Como a composição bioquímica da túnica de ambas as espécies é similar, a explicação da diferença de concentração do metal entre elas pode residir no fato das células morulares da P. nigra realmente acumularem maior concentração de HgT do que as células de S. plicata. A estimativa dos valores de FBC para ascídia S. plicata, é maior na BS do que na BG. O mesmo resultado foi observado quando comparado ao FBC das ascídias da BR, indicando uma maior disponibilidade do Hg em ambientes menos poluídos. Este primeiro estudo realizado no país, foi uma tentativa preliminar de avaliação das ascídias como potenciais bioindicadoras de contaminação por Hg. Portanto, como são organismos sésseis e filtradores, um maior esforço amostral para confirmar se a espécie Styela plicata pode estar presente na BR como sugerido no estudo, a fim de possibilitar uma análise comparativa mais completa em termos da gradação da contaminação por mercúrio.