Proposta de protocolo sanitário para ratos e camundongos de laboratório: o caso da Universidade Federal Fluminense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pedro, Desenir Adriano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27884
Resumo: Os programas sanitários para animais de laboratório (AL) representam um enorme desafio nas instituições do Brasil. Estes programas determinam as condições de saúde dos animais, que refletem em seu bem-estar e impactam nos resultados experimentais das pesquisas brasileiras. A legislação brasileira não normatiza como deve ser realizada a vigilância da sanidade dos AL, enquanto a literatura evidencia que muitos patógenos ainda são bastante prevalentes nas instalações de AL do país. O monitoramento dos biotérios brasileiros tem órgãos internacionais como referência, que podem não atender à realidade epidemiológica dos biomodelos animais do Brasil. A Universidade Federal Fluminense (UFF) possui instalações de ratos e camundongos localizadas em diferentes unidades e campi da instituição. Os animais são utilizados em atividades de ensino e pesquisa na UFF, além de serem fornecidos a outras instituições, legalmente estabelecidas e aptas ao uso de AL. Considerando a carência no Brasil de normatização e de diretrizes para o controle sanitário dos AL e a necessidade de implantar um protocolo adequado para a vigilância da sanidade dos animais da UFF, o objetivo deste estudo foi apresentar um programa de monitoramento da saúde e de preservação da biossegurança para as colônias de ratos e camundongos de laboratório da Universidade. Este estudo foi desenvolvido a partir de consulta a livros, trabalhos científicos disponíveis em bases de dados, protocolos sanitários praticados por outras instituições e investigação da legislação nacional vigente. Após a análise dos documentos, observou-se que a legislação nacional inclui a saúde como um parâmetro de bem-estar dos AL, embora não normatize o seu monitoramento. Os protocolos internacionais voltados ao controle sanitário de ratos e camundongos abordam os patógenos a serem pesquisados, a periodicidade das análises e as metodologias diagnósticas, entretanto não compreendem determinados patógenos que podem ser prevalentes no Brasil, além de não abordarem medidas de biossegurança. Os custos para a terceirização das análises no Brasil são altos e a oferta do serviço é restrito a algumas regiões. Estudos evidenciaram a ocorrência, principalmente, dos seguintes microrganismos: Syphacia spp. (61%), Klebsiella spp. (60%), Pseudomonas spp. (60%), parvoriroses (57%) e Theiler's murine encephalomyelitis viruses (TMEV) (57%) em amostras de camundongos, e de Syphacia spp. (64%), Mycoplasma spp. (63%), parvoviroses (40%), Reovirus type 3 (40%) e TMEV (40%) em amostras de ratos, demonstrando a necessidade do monitoramento sanitário rotineiro. Ademais, foi constatada a ocorrência de contaminantes em amostras ambientais e dos bioteristas nas colônias, o que infere ser igualmente importante o exame acurado das instalações no controle sanitário. Os dados coletados durante o estudo foram compilados e integram o relatório técnico-científico intitulado “Programa UFF de Monitoramento da Saúde e Preservação da Biossegurança para as Colônias de Ratos e Camundongos de Laboratório”, com 54 páginas, que visa orientar sobre os aspectos referentes ao acompanhamento e à manutenção da saúde animal, de modo a nortear a execução periódica do controle sanitário, bem como assegurar o bem-estar animal e a sua qualidade, enquanto biomodelos experimentais. O programa sanitário resultante deste trabalho pode, portanto, contribuir de forma importante para a manutenção da qualidade e do bem-estar dos animais da UFF.