Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Amaral, Isabela Barboza da Silva Tavares |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/1678
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Resumo: |
O objetivo geral do presente estudo é analisar a consulta do enfermeiro na estratégia de saúde da família em uma determinada área da cidade do Rio de Janeiro, tendo como objetivos específicos: caracterizar o processo de trabalho do enfermeiro durante a consulta de enfermagem e descrever as ferramentas envolvidas nesse processo de trabalho. Configura-se em uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa que tem por campo de pesquisa quatro unidades de atenção básica que trabalham com a estratégia de saúde da família na cidade do Rio de Janeiro. A técnicas de produção de dados utilizadas foram a observação simples e a entrevista focalizada. O período de coleta de dados foram os meses de abril e maio de 2015. Cada enfermeiro foi observado por um turno de consultas, e as entrevistas foram aplicadas no mesmo turno. Os dados foram avaliados através da técnica hermenêuticodialética. A consulta do enfermeiro se caracterizou como meio de construção de um cuidado que abrange família, território e indivíduo, porém, não modificam de forma criativa os modos de abordagem do indivíduo, pois mantém uma reprodução de modelos verticais de atenção à saúde. Apesar de haver explicações das orientações realizadas nos consultórios elas ainda são em algum nível, impositivas e refletem talvez um pouco da herança militar da história da enfermagem com a presença das falas: “Não pode”, “Tem que fazer.” Verificou-se que presença do vínculo entre usuário e profissional contribui para uma abordagem diferenciada nas consultas, pois o conhecimento do usuário a quem o cuidado é destinado pode direcionar a personalização do plano de cuidados, entretanto, a qualidade da consulta é prejudicada devido ao número de interrupções que acontecem de forma bastante naturalizada, por usuários e por outros profissionais, na maioria das vezes, com vistas ao atendimento de demandas espontâneas, culminando na sobreposição dos atendimentos e na simultaneidade de ações. Questiona-se a legitimidade desse espaço da consulta do enfermeiro, enquanto gerador de um cuidado efetivo, e potencial agente de mudança do modelo assistencial, pois há reprodução de modelo centrado na figura do médico enquanto detentor da clínica. Além disso, o imediatismo enquanto paradigma social do mundo contemporâneo configura o principal pano de fundo onde a estratégia saúde da família acontece de forma viva em ato nas unidades pesquisadas. Porém, em alguns momentos o caráter vivo se sobrepõe à protocolização do atendimento, e neles, consegue-se perceber o acontecimento de encontros “vivos”, onde saberes são compartilhados e o indivíduo é posto enquanto centro do plano de cuidados. Conclui-se que é preciso refletir sobre o modo como o enfermeiro tem se permitido deixar ser conduzido em seu processo de trabalho no consultório; por uma “ditadura da modernidade” imediatista, normalizadora, e que castra do enfermeiro e do usuário, a possibilidade de produção de vida nos seus encontros. Reafirma-se que a sobreposição de atendimentos traz graves prejuízos a qualidade do atendimento prestado ao usuário no consultório, e deslegitima o trabalho do enfermeiro |