Comportamento de contaminantes metálicos em eventos de ressuspensão de sedimentos portuários e estuarinos tropicais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Monte, Christiane do Nascimento
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/5733
Resumo: RESUMO A ressuspensão sedimentos pode alterar a biodisponibilidade dos contaminantes metálicos, podendo colocar em risco a biota. Esta hipótese foi testada em duas Baías – Guanabara e Sepetiba, no Rio de Janeiro, sendo a Guanabara dividida em cinco áreas. Em ambas as Baías há contaminação por metais-traço, na Guanabara um dos principais problemas é a contaminação dos sedimentos por Hg, enquanto na de Sepetiba é por Cd e Zn, ambas a Baías recebem efluentes domésticos e industriais. Assim, o objetivo geral deste estudo foi avaliar os efeitos da ressuspensão de sedimentos na região do Saco do Engenho (Baía de Sepetiba) e os estuários dos rios Meriti e Iguaçu, os Portos do Rio e de Niterói e a APA de Guapimirim (Baía de Guanabara) e o possível aumento da biodisponibilidade de metais-traço (Cd, Cu,Fe, Hg, MeHg, Mn, Ni, Pb e Zn). Em Sepetiba foram coletadas 12 amostras próximas ao Saco do Engenho, e foram submetidas a dois intervalos de tempo de ressuspensão (1h e 24h). Grandes concentrações de Zn e Cd foram encontradas na região, com o resultado da extração sequencial HCl 1 mol L-1 e após o método US EPA 3051 foi aplicado o índice de mudança na biodisponibilidade (BCI) que mostrou-se ser uma boa ferramenta no monitoramento do risco de sedimentos contaminados por metais associados à atividade de dragagem. Na Baía de Guanabara foram cinco pontos, um para cada área com três réplicas e foram submetidas a seis intervalos de ressuspensão ( 30min, 1h, 3h, 6h,12h e 24h). O Hg e o MeHg foram determinados em duas áreas da Baía (Meriti e Porto do Rio) e apesar das concentrações serem maiores no Meriti, o percentual de metilação foi quatro vezes maior no Porto Rio em relação ao Meriti, sendo a matéria orgânica e a granulometria, os reguladores da dinâmica do Hg. No estuário do Rio Iguaçu, foi aplicado o mesmo tipo de extração sequencial aplicado em Sepetiba e com apenas dois intervalos de ressuspensão (1h e 24h), e os resultados mostraram variação no gradiente estuarino e aumento na biodisponibilidade dos contaminantes metálicos após a ressuspensão. Foram realizados bioensaios terrestres com os sedimentos das cinco áreas da Baía de Guanabara com oligoquetas terrestres da espécie Eiseinia andrei , os bioensaios mostraram que os metais regulam a mortalidade das oligoquetas para quatro áreas, e há a influência da sazonalidade na mortalidade das oligoquetas, assim como a influência da espacialização dentro da Baía. Entretanto, na área menos contaminada houve a menor concentração letal 50% (CL50), que provavelmente foi provocada por outro fator, assim como houve o engordamento dos animais após a exposição, que pode estar relacionado à salinidade da região o outro fator desconhecido. Em Sepetiba, os resultados evidenciam que a ressuspensão afeta a biodisponibilidade de diferentes metais, principalmente no primeiro intervalo de tempo (1 hora), refletindo mudanças abruptas em função da exposição a condições oxidantes. Na Guanabara, houve uma oscilação entre os intervalos, entretanto para o MeHg no Porto do Rio houve metilação a partir do intervalo de 3h.