Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Brum, Lívia Di Renna Vianna |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/9035
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Resumo: |
A atenção em Saúde Mental sofre transformações em âmbito mundial. Ocorre uma reorientação do modelo assistencial, que prioriza a substituição de uma atenção manicomial por outra de base comunitária. Nesse contexto, entre outros serviços substitutivos ao hospital, cria-se o Serviço Residencial Terapêutico (SRT). Torna-se difícil ao SRT existir em “estado puro”, já que esse dispositivo integra a sociedade, que é heterogênea, complexa e em contínuo movimento. Por esse motivo, o SRT pode ser perpassado por várias lógicas, o que favorece a existência de distintas práticas e diferentes efeitos. Assim sendo, mapeou-se o Estado da Arte dos SRTs. Como metodologia de pesquisa, utilizou-se a revisão integrativa. As discussões sobre os SRTs aglutinaram-se em torno de sete eixos temáticos. São eles: Contexto Nacional, Características Gerais, Gestão, Cuidado, Inserção Social, Identidade Profissional e Perspectiva do Morador. Baseando-se em minha experiência, buscou-se articular teoria e prática, trazendo novos questionamentos à discussão sobre o SRT. Visou-se, também, mapear o que pode estar se apresentando como novo, mas ser uma disfarçada reprodução. Através destas reflexões, almejou-se favorecer o refinamento das práticas, de forma a potencializar o dispositivo. Conforme apontou a literatura, os SRTs acumularam experiências sólidas e consistentes ao longo dos seus doze anos. Os efeitos positivos na construção da cidadania e na sensiblização cultural acerca de uma outra forma de relação com a loucura são incontestáveis. Em vista disso, o SRT é efetivamente um dispositivo estratégico, podendo ser tomado enquanto política pública do Sistema Único de Saúde (SUS), norteando as práticas de saúde mental. Entretanto, o SRT possui um limite. Ele não é fechado e nem estanque. Ao contrário, precisa buscar ampliar a autonomia do morador, a fim de que este possa dispensar o próprio SRT. O objetivo do SRT é, justamente, tornar-se prescindível. Por um lado, uma gama de moradores, por motivos singulares, pode necessitar de cuidados permanentes do SRT. Por outro, faz-se importante sustentar essa direção de cuidado, uma vez que oferece uma referência ao trabalho. Tal diretriz, pela própria definição de ideal, muitas vezes não é alcançada, mas é norteadora. Mantém-se, portanto, a contradição casa/serviço que é constitutiva do SRT. A dissolução desse paradoxo poderia despotencializar o dispositivo e seus efeitos tanto para a sociedade quanto para os moradores e profissionais do SRT |