Resumo: |
Neste trabalho, realizamos uma leitura crítica de Uivo e outros poemas e Almoço Nu dedicada ao potencial destas obras enquanto escrituras teóricas das quais se poderia apreender uma surpreendentemente distinta e coesa filosofia ética: um ethos beat, baseado na evasão aos discursos e instituições hegemônicos; na desarticulação dos sistemas de signos vigentes; na livre experimentação corporal e intelectual em busca do conhecimento e do cultivo das próprias potências; na incansável busca pela experiência da beatitude; e na imanência entre o divino, o cósmico, o orgânico, o mundano, o subjetivo e o literário. Seguindo as referências nominais e os diálogos intertextuais inscritos nas obras de Ginsberg e Burroughs, encontramos manifestações desta teoria ética em textos literários de Baudelaire, Whitman, Rimbaud, Breton e de outros precursores históricos da beat, assim como em tradições teóricas contemporâneas como o pós-estruturalismo, a pós-modernidade e o pós-colonialismo e na poética do brasileiro Roberto Piva, que não apenas reafirma a tradição filosófica e a linhagem literária que mapeamos ao longo da tese, como as conecta a novos ramos genealógicos lusófonos |
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