Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Santos, Valdenira Ferreira dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/27909
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Resumo: |
A planície costeira do Estado do Amapá, localizada no extremo norte do Brasil, abriga uma diversidade de ambientes representados principalmente por manguezais, lagos, florestas de várzea e campos inundáveis, associados às planícies de inundação dos sistemas fluviais que drenam a região costeira e estuários. Nesta pesquisa são avaliadas as modificações registradas nessa planície, com foco na região do estuário do rio Araguari e, apresentados os processos responsáveis por essas mudanças. Os processos naturais que influenciam as modificações nesta planície estão relacionados com os eventos ENSO, presença da ZCIT, influência do rio Amazonas e das marés (pororoca). Os processos antrópicos estão associados principalmente com a bubalinocultura. Estas forçantes são apresentadas e discutidas na forma de processos e produtos. As informações ambientais são oriundas de dados pré-existentes e de coletas em campo. Foram utilizados como informação de base fotografias aéreas, imagens de radar - RADAR GEMS 1000 do Projeto RADAM, JERS-1 e RADARSAT-1; imagens de sensores óticos - MSS, TM e ETM+ dos satélites Landsat e dados de modelo numérico de terreno - DEM SRTM, processados digitalmente, em abordagem multisensor, multi-escala e multi data. Cartas históricas desde o século XVI também foram avaliadas. As análises permitiram identificar espacialmente os padrões de uso e cobertura do solo e as feições naturais e antrópicas. Os padrões e feições identificados foram agrupados em dois principais ambientes: fluvial influenciado por marés (planície de inundação) e estuarino (manguezais, zonas de intermaré e canal estuarino). Foi possível ainda estabelecer indicadores para caracterizar as modificações ambientais na região, a partir das análises multitemporais dos dados de sensores remotos e cartas históricas. O fenômeno da pororoca também foi evidenciado dentro do estuário estudado. A correlação dos dados de sensores remotos com cartas históricas indica que a desembocadura do rio Araguari possuía dois distributários até o século XVIII, um a oeste e outro a sul da chamada terra de Carpori. A configuração atual da planície de inundação a norte e sul do estuário e, do seu meandro final se deve a transformações cujos eventos ocorreram entre o final do século XVIII e meados do século XIX, existindo indícios de influência antrópica em alguns desses eventos. O resultado das análises multitemporais dos dados de sensores remotos, a partir da década de 1950, e informações correlatas, evidenciaram modificações na planície de inundação e na planície estuarina. Na planície de inundação referem-se ao desenvolvimento de redes de drenagens, algumas das quais influenciadas pelo desenvolvimento da pecuária, a exemplo do igarapé Santana. Outras drenagens tiveram suas aberturas influenciadas por grandes eventos de inundações que foram correlacionados a fenômeno de El-Niño/La Niña, como o igarapé Novo que deságua no rio Gurijuba. Na planície estuarina as modificações são associadas com a formação de barras de canal, barras de desembocadura, modificação de canais de marés e processos erosionais na margem do estuário. Estas modificações são mais evidentes na desembocadura do rio Araguari e são decorrentes principalmente da ação das 1 marés (pororoca), que possui alto poder de remobilização de sedimentos. Foi possível ainda analisar como o fenômeno da pororoca se comporta ao longo do estuário e estudar os seus registros, a partir de observações efetuadas antes, durante e após a sua passagem. As forçantes associadas às modificações detectadas podem alterar a forma de atuação dos processos erosionais e deposicionais dentro de ambientes estuarinos em sistemas fluviais de rios meandrantes. Os resultados da avaliação dos dados de sensores remotos e técnicas aplicadas nesta pesquisa demonstraram a potencialidade da ferramenta de sensoriamento remoto e cartas históricas no estudo de modificações em costas tropicais (de difícil acesso), sujeitas a rápidas mudanças. Todavia, estas ferramentas podem também apresentar dificuldades de aplicação na costa amazônica, submetida a processos naturais e antrópicos muito dinâmicos, que se superpõem em uma escala temporal muito pequena, em comparação ao tempo geológico que caracteriza a evolução em outros ambientes costeiros. |