"Detecção e quantificação de adenovírus humanos, poliomavírus JC e vírus da hepatite A em águas costeiras recreacionais de Niterói, Rio de Janeiro"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Dias, Juliana Barbosa Lourenço
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HAV
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/7076
Resumo: O crescimento demográfico e o desenvolvimento socioeconômico são acompanhados pelo aumento da demanda por água, onde quantidade e qualidade são de fundamental importância para a saúde e o desenvolvimento de qualquer comunidade. Muitas doenças podem ser veiculadas pela água, ocasionadas principalmente por microrganismos patogênicos entéricos de transmissão fecal-oral. A legislação vigente utiliza apenas indicadores bacteriológicos para avaliação da qualidade das águas, não solicitando análise de presença de vírus, que são reconhecidamente agentes causadores de doenças, como gastrenterites, hepatites e conjuntivites, incluindo quando os indicadores bacterianos estão em acordo com a regulamentação. A orla da Cidade de Niterói apresenta 14 principais praias que são utilizadas pela população para atividades recreativas e econômicas e que são monitoradas para a presença bacteriana pelo órgão ambiental. Entretanto, ainda não há dados relativos à quantificação viral nesses ambientes. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar a ocorrência de Adenovírus Humanos (HAdV), Poliomavírus JC (JCPyV) e Vírus da Hepatite A (HAV) em amostras de água coletadas em quatro praias da cidade de Niterói, Rio de Janeiro, denominadas Icaraí, São Francisco, Charitas e Piratininga, pela associação do método de concentração viral por floculação orgânica e a PCR quantitativo (qPCR). Inicialmente foi realizado o estabelecimento das técnicas aplicadas, avaliando-se o uso de uma curva padrão sintética para a quantificação viral nas amostras, a sensibilidade e a recuperação viral da técnica de concentração. O uso de curvas padrão sintéticas mostrou-se aplicável em amostras ambientais apresentando reprodutibilidade e parâmetros de qualidade aceitáveis. A floculação orgânica apresentou uma porcentagem de recuperação média de 42% e uma sensibilidade de detecção que variou de acordo com a praia e o vírus estudados, sendo as maiores observadas para o HAdV na praia de São Francisco e as menores para HAV na praia de Charitas. Para análise viral nas praias, um total de 48 amostras de 10L foram coletadas entre janeiro e julho de 2017. Destas, 44% (n=21) foram positivas para HAdV, com quantificações aproximadas de 1,1 x 103 a 1,6 x 105 CG/L, 23 % (n=11) para JCPyV (5,5 x 101 a 7,2x 102 CG/L) e 1 para HAV com quantificação de 1,7 x 105 CG/L. Icaraí foi a praia mais contaminada com 75% das amostras positivas, maiores quantificações e única praia positiva para HAV. Os resultados obtidos demonstraram que a presença viral foi observada em todos os locais de coleta selecionados e em concentrações elevadas, mesmo nos pontos considerados recomendados para banho de acordo com a legislação vigente. Estes resultados fornecem uma visão geral da contaminação ambiental na área estudada, levantando a discussão sobre a inexistência de um controle mais rígido em relação ao lançamento de efluentes nas águas oceânicas, o que pode levar em longo prazo ao um aumento do risco de transmissão de doenças veiculadas pela água para a população.