Diversidade genética dos antígenos GLURP, MSP-3 e PFS48/45 em isolados de Plasmodium falciparum provenientes de áreas endêmicas de malária da Amazônia Brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Barros, Jenifer Peixoto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28616
Resumo: A malária é causada por protozoários do gênero Plasmodium. Estima-se que ocorram 241 milhões de casos e 627 mil mortes decorrentes de malária anualmente, principalmente devido à infecção por P. falciparum. Nesse contexto, o desenvolvimento de uma vacina eficaz é uma das abordagens mais relevantes para o enfrentamento da doença. No entanto, até o momento, não há vacina com porcentagem de eficácia superior a 75%, como recomendada pelo OMS, tornando ainda mais relevante a busca por novos candidatos vacinais. A GMZ2.6c é uma proteína recombinante que contém fragmentos de 3 antígenos candidatos a vacina contra P. falciparum, MSP-3, GLURP e Pfs48/45, selecionados a partir de um racional que inclui parâmetros como a imunogenicidade em condições naturais de exposição, a correlação dos títulos de anticorpos específicos contra o antígeno com os diversos graus de proteção clínica de indivíduos vivendo em área endêmica e o papel funcional de anticorpos específicos de inibir o crescimento in vitro de P. falciparum. Estudos prévios realizados em nosso Laboratório mostram que a proteína GMZ2.6c é amplamente reconhecida por anticorpos nas populações estudadas. Entretanto 25% da população estudada não apresentaram anticorpos que reconheciam a GMZ2.6c. Considerando que a extensiva diversidade genética exibida pelo P. falciparum é um fator importante para a evasão do parasito ao sistema imune do hospedeiro, acredita-se que a presença de polimorfismos nas regiões genéticas que codificam as proteínas que compõem a GMZ2.6c pode modular as respostas imune celular e humoral específicas. Assim, foi proposto identificar polimorfismos genéticos em sequências codificantes das proteínas MSP-3 (C-Terminal), GLURP (R0) e Pfs48/45 (6c) e avaliar o impacto desses polimorfismos nas regiões potencialmente antigênicas das proteínas em isolados de P. falciparum que circulam em áreas endêmicas de malária da Amazônia Brasileira (Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Guajará) através de ferramentas de predição in sílico. Nossos dados demonstraram uma maior diversidade genética na região gênica que codifica a GLURP quando comparada a MSP-3 e Pfs48/45. A análise de predição in silico de epítopos B e T imunodominantes, considerando a sequência referência 3D7, evidenciaram 10 epítopos antigênicos de células B (7 para GLURP, 1 para MSP-3 e 2 para Pfs48/45) e 9 epítopos de células T (4 para GLURP, 1 para MSP-3 e 4 para Pfs48/45) que são reconhecidos com frequência máxima de 44% dos Antígenos do Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC) e a presença desses polimorfismos não alterou a imunogenicidade desses epítopos preditos. Nossos dados ressaltam que avaliar polimorfismos genéticos, mesmo que limitados, em regiões que codifiquem epítopos imunodominantes é extremamente importante para o desenvolvimento de uma vacina antimalárica.