A diakrisis dos mais sábios : associação comunitária e dissidência política na filosofia grega (séc. IV a. C.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Camargo, Alexandre de Paiva Rio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27627
Resumo: Este trabalho tem por objetivo investigar a construção da posição social do filósofo na polis ateniense do período clássico tardio. A análise parte da relação entre a diferenciação estrutural da função do intelectual e o alargamento do campo discursivo da dissidência política, no contexto de arrefecimento das instituições reguladoras da democracia e de ampliação do papel político desempenhado pelas elites. Neste cenário, procura interpretar o surgimento das escolas de filosofia (Academia e Liceu) como espaços de sociabilidade e práticas associativas entre discípulos e filósofos. Neste sentido, propõe a leitura dos textos de Platão e Aristóteles no duplo âmbito da performance voltada para a justificação interna da atividade filosófica e o da contribuição programática para a restrição da soberania do demos ateniense. Formula a hipótese central de que o fim do século IV a.C. assiste à consolidação da posição social do filósofo. Pretende comprová-la explorando a filosofia como plano discursivo estratégico para a subversão da normatividade democrática, formalizada na estabilidade de sua linguagem e na maleabilidade de suas categorias. O método recorre à comparação com as obras de Xenofonte, discípulo socrático que se exilara de Atenas antes da fundação da Academia, para apreender a formalização do discurso centrado nas escolas de filosofia, seu lugar de poder na cidade. Utiliza-se a sociologia do poder de Max Weber para estudar a fabricação da liderança de Platão e a estabilização da associação comunitária, bem como para investigar as afinidades eletivas entre a ampliação do papel do filósofo na pedagogia ateniense e as apropriações políticas de sua produção, ao tempo da hegemonia macedônica e da queda da democracia.