Avaliação de protocolos para a preservação de fragmentos osteocondrais humanos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Sousa, Eduardo Branco de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/11709
Resumo: Defeitos osteocondrais podem evoluir para osteoartrose. Entretanto, atualmente há poucos tratamentos disponíveis para evitar a rapidez dessa progressão. Algumas opções cirúrgicas incluem desbridamento e perfuração subcondral, microfraturas e transplante de enxertos osteocondrais autólogos e de aloenxertos. A utilização de enxertos osteocondrais frescos, apesar de possuir potencial de reconstituição promissor, é limitada pela necessidade de sincronização entre a retirada do tecido doador e o procedimento de transplante. Desta forma, métodos de preservação são necessários para garantir a conservação de enxertos em bancos de tecidos e possibilitar que o tempo de processamento do tecido desde a coleta até a liberação não prejudique a sua viabilidade. O objetivo deste estudo foi avaliar o índice de morte celular de fragmentos osteocondrais preservados com protocolos envolvendo diferentes temperaturas de armazenamento, congelamento em diferentes velocidades e com diferentes concentrações de criopreservante. O protocolo foi dividido em duas fases. Na Fase I, foram coletados fragmentos osteocondrais de 22 pacientes de ambos os sexos acima de 55 anos, submetidos à artroplastia total de joelho que seriam descartados após o procedimento. Os fragmentos foram divididos aleatoriamente em 4 grupos : grupo controle (processamento direto), grupo congelamento rápido a -70°C , grupo congelamento gradual a -196°C com DMSO a 10% e a 20%. As amostras criopreservadas foram armazenadas por 9 semanas e descongeladas por 3 minutos a 37°C, sendo então processadas para análise. Na fase II, foram coletados fragmentos osteocondrais de 10 pacientes e que foram divididos em 4 grupos: grupo controle (processamento direto), grupo estufa a 37°C, grupo geladeira a 4°C e grupo congelamento rápido a -70°C com soro, meio de cultivo e soro e meio de cultivo, soro e glicose. As amostras criopreservadas foram armazenadas por um ano e descongeladas por 3 minutos a 37°C, sendo então processadas para análise. As amostras dos grupos estufa (E) e refrigeração (R) foram divididas em subgrupos para análise com 1, 3, 7 e 14 dias de armazenamento. A análise de todos os grupos foi feita por histologia usando técnica de hematoxilina-eosina e safranina, além de análise por ensaio de viabilidade celular através do ensaio Live/Dead modificado. As análises de viabilidade celular dos experimentos da fase I evidenciaram diferenças significativas entre os grupos. Quando comparamos o grupo controle com os grupos experimentais verificamos: índice de morte celular de 77,44% no grupo ultracongelamento direto a -70º C (p<0,05); 97,67 % no grupo nitrogênio líquido com DMSO a 10% (p<0,05) e 84,9% no grupo nitrogênio líquido com DMSO a 20% (p<0,05). Já nos experimentos da fase II, houve percentual estatisticamente significativo de morte celular nas seguintes comparações: maior no grupo controle C-2 (17,7%) em comparação aos grupos E-1(4,8%), E-3 (6,2%), R-1 (10,5%), R-3 (5,3%) e R-14 (7,9%). Entretanto, a mortalidade no grupo controle C-2 foi menor quando comparada aos grupos E-7 (40,1%) e R-7 (26,5%). Quando a comparação foi feita em relação ao grupo R-1 (10,5%), o percentual de morte celular foi menor em comparação ao grupo R-7 (26,5%). Já o grupo R-3 (5,3%) apresentou menor percentual de morte celular em relação aos grupos R-7 (26,5%) e R-14 (7,9%). O grupo R-7 (26,5%) apresentou maior percentual de morte celular em comparação ao grupo R-14 (5,3%). O grupo E-7 (40,1%) apresentou maior percentual de morte celular que os grupos E-1 (4,8%), E-3 (6,2%) e E-14 (14%). Em relação aos grupos do protocolo congelamento, o grupo 4C (21%) apresentou menor percentual de morte celular em comparação ao grupo 4A (21,1%) e maior em comparação ao grupo 4B (14,4%). Os dados sugerem que o congelamento seja ele rápido ou gradual não foi capaz de preservar a viabilidade celular necessária ao sucesso de um transplante osteocondral estimado em 60% dentro da prática clínica. A adição de albumina humana ao meio de armazenamento reduz o índice de morte celular, enquanto que a adição de glicose ao meio enriquecido com albumina humana aumenta este índice de morte celular. As técnicas de refrigeração a 4º C e manutenção em estufa a 37º C oferecem boa capacidade de preservação até o 7º dia de armazenamento com 74% e 60% respectivamente