Educação e formação ética do médico: autoridade, responsabilidade e pensamento reflexivo sob o olhar de Hannah Arendt

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Bianchi, Fabiano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/22636
Resumo: A presente dissertação tem por objeto a formação ética do médico. O objetivo principal é analisar os aspectos relacionados à autoridade, à responsabilidade e ao pensamento crítico, sob o olhar de Hannah Arendt, estudando caminhos para uma educação médica mais próxima ao que determinam as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Medicina. Partindo-se da hipótese de que há uma crise da modernidade que afeta fortemente os campos da saúde e da educação médica, altamente biotecnicistas e incapazes de corresponder às demandas coletivas, a questão central pode ser definida nos seguintes termos: a obra de Arendt pode contribuir com a construção do pensamento crítico e o desenvolvimento da competência moral e responsabilidade social dos estudantes de medicina? O desenvolvimento do trabalho se divide em cinco tópicos principais. O primeiro trata da formação médica no século XX, incluindo a abordagem sobre os modelos biotecnicista e a proposta de modelo biopsicossocial. Em seguida, discute-se a responsabilidade e a crise de autoridade na educação médica. A argumentação se baseia nos conceitos de autoridade e crise da tradição e da religião, com ênfase sobre a formação de médicos com maior grau de comprometimento e responsabilidade social. No terceiro tópico, abordando os questionamentos quanto à formação ética, em especial quanto à competência moral do estudante, discute-se a origem de um modelo de automatismo de ação que não cria comprometimento com o próximo, desvinculando o pensar e o agir e impedindo o bom julgamento moral. Aprofunda-se o tema, então, com uma composição de ideias a respeito do pensamento crítico e da formação ética do médico como pilares para a adoção de um modelo biopsicossocial na assistência. Por fim, são fornecidos alguns subsídios como mecanismos de interrupção de um automatismo que não estimula o cuidar, o pensar e o agir moralmente competentes. São propostos conceitos, ideias e práticas pedagógicas para a educação médica, compatíveis com o desenvolvimento de uma assistência humanizada e ética, não apenas em sua vertente deontológica, mas voltada para conceitos de uma ética universal