Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Durão, Giovana Cruz Alves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/32962
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Resumo: |
Historicamente marcada por expressões de um modelo de produção urbana responsável por gerar desigualdades socioespaciais, a região portuária do Rio de Janeiro tem sido alvo de mais um ciclo de transformações, dessa vez relativas ao projeto Porto Maravilha (Lei Municipal Complementar nº 101/2009), no qual o tema da cultura foi utilizado, estrategicamente, como ferramenta de legitimação. A despeito das lógicas de espetacularização, de segregação e de consumo do espaço urbano que orientaram tal projeto, a referida região também tem sido constituída por expressões de modos de produção cultural e urbana que, de forma contra hegemônica, se pautam pela associação entre os cidadãos e pelo uso dos espaços da cidade. O presente trabalho focaliza expressões situadas neste segundo campo, investigando as práticas culturais que se dão de forma territorialmente enraizada na região portuária no tempo presente (2009-2022). O objetivo da pesquisa foi compreender os modos de atuação dos agentes culturais da região e observar como eles contribuem para a construção de outras formas de produção e vivência do espaço da cidade. A investigação teve como ponto de partida a rede do SOS Providência – Região Portuária, um comitê de emergências criado por quatro agentes culturais no contexto da pandemia de Covid-19 (iniciada em março de 2020), e o seu desenvolvimento se deu com base na metodologia da história oral. Cinco sujeitos vinculados simultaneamente ao SOS Providência e a outros projetos da região concederam as narrativas orais que compuseram o conjunto principal de fontes de pesquisa. São eles: Hugo Silva de Oliveira, do Galeria Providência, Cosme Vinícius Felippsen, do Providência Turismo e Rolé dos Favelados, Bernardo Pupe, do Rio Memória Ação, Tiphanie Elaé da Silva Constantin, da Casa Amarela, e Elisa Silva de Carvalho, do Morador Monitor. Além dessas, outras narrativas públicas desses sujeitos (registros audiovisuais e textuais disponíveis em redes sociais e mídias sociais digitais), assim como um conjunto de outras fontes catalogadas (para o acervo da memória dos coletivos que se fazem presentes neste trabalho) também foram utilizadas como fontes da pesquisa histórica – pública e participativa. O trabalho aponta para a existência de múltiplas redes de ação cultural na região portuária do Rio de Janeiro e expõe modos próprios de fazer cultura cujas principais características são: as articulações entre agentes diversos e múltiplos; os entrelaçamentos com lutas sociais em defesa dos direitos dos habitantes da região; o comprometimento com novas práticas de apropriação, produção e imaginação dos espaços da cidade. Essas características tensionam as lógicas hegemônicas de produção urbana e contribuem para pensarmos novos caminhos por meio dos quais a cidade possa ser ocupada, vivida, imaginada e produzida de modo mais justo e democrático |