A construção metafórica da mulher nas capas do "Meia Hora"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Malta, Flávia Ribeiro Santoro Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/3671
Resumo: O objetivo geral desta pesquisa é o de contribuir, à luz da teoria sociocognitivista, para a compreensão de como o universo feminino é conceptualizado e representado no discurso do senso comum. Já seu objetivo específico está pautado na investigação do uso, deliberado ou não, de expressões linguísticas metafóricas na construção dessas representações, licenciadas por metáforas conceptuais, empiricamente observadas, como MULHER É ANIMAL, MULHER É COMIDA, MULHER É COISA (MÁQUINA), e CORPO FEMININO É TERRITÓRIO. Para explorar tais objetivos, temos, como objeto de investigação, as chamadas e manchetes das capas do jornal Meia Hora, de circulação diária no Estado do Rio de Janeiro. A partir do corpus selecionado, constituído por seis capas do periódico, procuramos identificar metáforas e metonímias, tanto verbais quanto visuais, tendo como base dois trabalhos de referência: o de Cameron e Maslen (2010), que orienta a identificação das metáforas verbais, e o de Forceville (2008), utilizado como ferramenta de identificação de metáforas não verbais. Identificadas as expressões figuradas, buscamos, a partir de uma análise qualitativo-interpretativista (LÜDKE e ANDRÉ, 1986) e à luz da teoria da metáfora conceptual (LAKOFF e JOHNSON, 1980b[2002]), dentro do paradigma da Linguística Cognitiva (GEERAERTS, 2006), propor as possíveis representações cognitivas, ou seja, metáforas conceptuais, frames e MCIs, que subjazem a tais expressões. Além das expressões metafóricas e de sua base conceptual, são igualmente objetos de análise os efeitos pragmáticos, com ênfase no humor, produzidos pelo uso da linguagem metafórica no contexto dos gêneros analisados, assim como a sua dimensão ideológica, no que diz respeito às representações da mulher em nossa língua e cultura. Os resultados da análise corroboram a hipótese sobre a relevância das metáforas conceptuais e frames, nas representações sobre a mulher, que reproduzem e reificam ideologias patriarcais, que a reduzem a um papel de objeto que tem como função primordial satisfazer o homem nas esferas doméstica e sexual. A análise também evidencia a articulação entre o cognitivo e o discursivo na produção de sentidos, ao mostrar como a linguagem metafórica e metonímica se apropria das condições do próprio gênero discursivo, e como este, por sua vez, é, da mesma forma, em parte, determinado pela natureza da linguagem metafórica, corroborando a visão de Dienstbach (2015) sobre metaforicidade