Alfabetização e autorias: escrituras com crianças na Escola Municipal Sebastiana Gonçalves Pinho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Concencio, Márcia de Souza Menezes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/15126
Resumo: Com esse trabalho buscamos compreender os processos de alfabetização das crianças das classes populares, problematizando as orientações teórico-metodológicas de sua prática no ensino escolar. Tivemos como questões do estudo a crítica da tomada da escritura como sistema de representação, a proposição do alargamento da compreensão da linguagem escrita de modo a incorporar suas dimensões estéticas e semânticas e a assunção revolucionária, a partir de Bakhtin e Barthes, da aprendizagem infantil na alfabetização como compreensão responsiva e escritura autoral. A metodologia da pesquisa tratou-se de uma inserção participativa no cotidiano de uma escola pública da educação básica – a Escola Municipal Sebastiana Gonçalves Pinho, em Niterói. A leitura, a compreensão responsiva e a escuta foram a metodologia tanto da prática com as crianças, quanto do trabalho da pesquisadora com os dados. Quanto à nossa proposta de trabalho na escola, elegemos, ao invés dos métodos, princípios norteadores do trabalho de pesquisa com as crianças tomando como base nossas leituras de Bakhtin e seu Círculo a partir da filosofia da linguagem. Nossa proposta nas turmas consistiu em realizar leituras em voz alta com as crianças de textos literários escolhidos junto com elas, propor atividades com oferta de meios para as crianças dizerem sua palavra e realizarmos um trabalho de escuta das respostas infantis. Para a escritura da dissertação optamos por organizar sua estrutura em seções que assim nominamos na seguinte ordem: Este passo nós não damos, na qual problematizamos a alfabetização enquanto um sistema de representação; Primeiros passos, ou uma breve apresentação, seção em que apresentamos dois nascimentos: o nascimento da autora, em que alargamos a escritura dissertativa com uma autobiografia –que sob a escuta de Bakhtin procuramos realizar de forma exotópica – e o nascimento da pesquisa que vem brotando ao longo de uma vida na escola pública; Princípios metodológicos – caminhando na pesquisa é a seção em que iniciamos a narrativa da nossa entrada na escola onde se deu a pesquisa. Essa seção possui dois subtítulos: o primeiro, que vem como uma pausa na caminhada com os princípios metodológicos - Levantando a cabeça ou Interrompendo a leitura com Leituras em voz alta – no qual trazemos episódios de leituras em voz alta de várias épocas e lugares para compreendermos suas forças; e o segundo subtítulo, que traz a retomada dos princípios metodológicos - Retomando os passos metodológicos – que traz os diálogos com a banca de qualificação, uma explicitação mais detalhada da proposta, o tema, a metodologia, etc. A seção Para mudar o mundo, é preciso mudar as palavras desse mundo foi criada para apresentar as quatro próximas seções: Primeira “verdade” - “Somente depois de dominar o código é que a criança poderá utilizá-lo para escrever. Portanto, texto é o produto do processo de alfabetização”; Segunda “verdade” - “Ele não sabe. Ele é analfabeto”; Terceira “verdade” - “Para alfabetizar é preciso um método” e a Quarta “verdade” - “O fracasso das crianças das classes populares é o fracasso da escola pública”. A pesquisa, além da crítica à representação, afirma a alfabetização como afiguração e a criança como um sujeito autor e ativo, que enuncia e cria em seus enunciados responsivos