Investimento direto estrangeiro e transferência de tecnologia nos países africanos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Kuassa, Pedro Alfredo Kibinda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27443
Resumo: Esta tese tem como objetivo examinar, em primeiro lugar, o efeito do IDE na capacitação tecnológica das economias africanas, em termos de capacidade de manufatura e capacidade de difusão. Em segundo lugar, o trabalho analisa em que medida o IDE orientado para a exportação desenvolve encadeamentos para trás e para frente com as economias locais, comparado com o IDE em busca de mercado. Em terceiro, a pesquisa examina a atividade inovativa do IDE na perspectiva de P&D de produtos e processos. O estudo é feito a partir de dados em painel de Angola, Egito, Etiópia, Gana, Marrocos, Nigéria, Kenya, Rwanda e África do Sul, entre o período de 2016 e 2020. Para medir a capacitação tecnológica dos respetivos países através do IDE, utiliza-se a Lógica Fuzzy, uma formulação matemática multivalorada destinada à modelagem de variáveis aproximadas. Concomitantemente, a mensuração dos encadeamentos para trás entre o IDE e as estruturaras produtivas locais, consiste na análise dos coeficientes de ligações das empresas transnacionais como proporção de componentes demandados das indústrias upstream. Os encadeamentos para frente são analisados a partir dos coeficientes de ligações das empresas transnacionais portadoras do IDE como proporção de componentes oferecidos para as indústrias downstream. Os resultados sugerem que o IDE tem baixo impacto na transferência de tecnologia nos países africanos, embora, em algumas economias, tenha sido observada a capacitação tecnológica em nível de capacidades intermediárias. Paralelamente, o IDE voltado para o mercado tem sido mais propenso a geração de encadeamentos em África e, como tal, mais adequado à transferência de tecnologia no contexto estrutural do continente. Um conjunto de fatores pode explicar esses achados. Um dos principais determinantes consiste na estrutura de propriedade do IDE, que se caracteriza sob a forma de inserção em joint venture. Por outro lado, a pesquisa não encontrou evidências de alta atividade inovativa do IDE nos países africanos. Uma explicação para o fenômeno pode estar no quadro estrutural dos países africanos, sobretudo, em relação à deficiência de esforços tecnológicos inseridos em sistemas nacionais de inovação. Essa lacuna dificulta a manutenção de uma trajetória positiva de inovação do IDE.